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Especialistas Minimizam Benefícios do Vinho Para Coração

24 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Uma equipe de médicos fez um apelo para que seus colegas minimizem os efeitos benéficos do vinho tinto para o coração e estimulem os pacientes a fazer exercícios e a comer mais frutas e vegetais.

A idéia de que o vinho tinto pode proteger contra doenças cardíacas ganhou força graças a estudos que mostraram uma incidência menor do problema entre pessoas que bebem regularmente quantidades moderadas de vinho.

Ainda não está claro se os componentes do vinho ou o estilo de vida saudável dos apreciadores da bebida estão por trás deste aumento da proteção cardíaca, informaram pesquisadores em artigo de 23 de janeiro no Circulation, publicação da American Heart Association (AHA).

As pessoas que bebem vinho tendem, por exemplo, a ser mais magras, fazer mais exercícios e beber durante as refeições, fatores que podem ajudar a remover da corrente sanguínea as gorduras que obstruem as artérias, explicaram os especialistas.

Beber muito vinho - ou qualquer bebida alcoólica - tem um lado ruim evidente, observou a equipe. Vários estudos sugeriram que consumir mais de dois drinques por dia a longo prazo pode aumentar a pressão sanguínea em algumas pessoas e aumentar o risco de derrame e outras doenças.

"O álcool é uma substância que causa dependência e os efeitos adversos ocorrem em algumas pessoas nos níveis mais moderados", avaliou a equipe de Ira J. Goldberg, que trabalha no comitê de nutrição da AHA.

Para a maioria das pessoas, tomar vinho ou outra bebida alcoólica moderadamente pode ter alguns efeitos benéficos para saúde. Estudos sugeriram que até dois drinques por dia podem aumentar os níveis de colesterol HDL ('bom'). Outra pesquisa indicou que os antioxidantes, compostos que neutralizam os radicais livres que danificam as células, podem proteger contra doenças cardíacas.

Mas o exercício pode aumentar os níveis de HDL ainda mais e frutas e vegetais contêm quantidades maiores de antioxidantes que um copo de vinho tinto, explicou a equipe.

O mais importante é que a noção de que antioxidantes como a vitamina E podem proteger contra doença cardíaca está sendo questionada, já que estudos recentes falharam em demonstrar estes chamados efeitos protetores.

"Queremos deixar claro que há outras opções para redução de riscos que estão bem documentadas e não têm os perigos potenciais associados ao álcool", disse Goldberg, que trabalha na Universidade de Columbia, em Nova York.

"Se quiser reduzir o risco de doença cardíaca, converse com seu médico sobre baixar o colesterol e a pressão sanguínea, controle o peso, faça exercício suficiente e siga uma dieta saudável", avaliou o pesquisador.

A equipe concluiu que beber moderadamente pode não oferecer riscos significativos para saúde na maioria das pessoas, mas não há base científica para recomendar o consumo de vinho tinto.

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