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Mulheres Preferem Risco de Exame a Dar à Luz Bebê com Down

19 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A maioria das mulheres prefere correr o risco de aborto causado por exame de amniocentese ou amostra da vilosidade coriônica à possibilidade de dar à luz uma criança com síndrome de Down, de acordo com resultados de um estudo divulgado na quarta-feira em uma conferência do Instituto Nacional de Saúde dos EUA sobre ética em testes e pesquisas genéticas.

O aborto por amniocentese (aspiração do líquido do saco amniótico, parte mais interna das membranas que envolvem o embrião no útero) ou amostra da vilosidade coriônica (método de diagnóstico de doenças fetais pela amostra de células da vilosidade coriônica) está relacionado a procedimentos médicos.

Os resultados põem em dúvida as diretrizes atuais de diagnóstico pré-natal, que reservam esse tipo de procedimento a mulheres sob risco de ter um feto com síndrome de Down, de acordo com Miriam Kupperman, da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

Esse limite mínimo é dado a gestantes com 35 anos ou mais ou mulheres cujo risco de ter um feto com a síndrome equivale ao de uma de 35 anos.

"Implicitamente, a diretriz assume que as mulheres avaliam que esses dois resultados -- o aborto relacionado a um procedimento médico e o nascimento afetado por síndrome de Down -- têm o mesmo peso", disse Kupperman.

A pesquisadora e sua equipe forneceram questionários a 512 gestantes entre 16 e 47 anos. Os cientistas usaram uma nota composta das 11 questões separadas para determinar qual resultado era preferível.

No geral, as mulheres classificaram o aborto após amniocentese com uma nota composta de 0,76 e dar à luz uma criança com síndrome de Down com uma nota significativamente menor, de 0,67. Uma nota menor indica que a opção é menos favorável.

Kupperman e sua equipe compararam as notas de preferência para chegar a outro número composto, um reflexo da proximidade entre as consequências das duas opções para as mulheres. Nesse caso, uma nota mais alta significa mais diferença, com uma nota zero indicando que as duas opções são equivalentes nas mentes das mulheres, como as diretrizes afirmam implicar.

As mulheres com menos de 34 anos apresentaram uma nota de diferença média de 0,086, enquanto aquelas com mais de 34 anos tiveram uma nota média de 0,084. Os dois resultados estavam significativamente acima de zero.

"Em média, as mulheres acham que ter uma criança com síndrome de Down é pior do que ter um aborto relacionado a procedimento médico", afirmou Kupperman.

"O limite de 35 anos não tem o suporte das preferências das mulheres para quem é projetado", acrescentou a cientista.

As notas de diferença de preferência foram altas -- ou distantes da implicação das diretrizes -- para mulheres com nível superior, aquelas que eram casadas ou aquelas com uma condição socioeconômica mais alta.

Kupperman destacou que, na verdade, a decisão de uma mulher de fazer ou não um teste genético pré-natal era muito mais complexa do que os dois resultados possíveis de testes pré-natais apresentados no estudo.

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