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São Paulo, 04 de Dezembro de 2000(eHLA). O diagnóstico genético em embriões antes de implantá-los no útero da mulher representa uma nova alternativa para pais com alto risco de ter um bebê com determinadas doenças genéticas. A nova técnica foi apresentada no encontro da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida, que reuniu 70 especialistas em reprodução humana, no Rio de Janeiro. “As técnicas reprodutivas assistidas fazem interface com avanços significativos no diagnóstico genético molecular para identificar embriões saudáveis e eventualmente anormais antes da implantação. Isso representa mais tranqüilidade e segurança para nossos pacientes”, explica o médico Roger Abdelmassih, diretor da Clínica e Centro de Pesquisa em Reprodução Humana Roger Abdelmassih, em São Paulo.
O êxito com o exame pré-implantação foi obtido primeiramente em Londres, Inglaterra, detectando-se embriões de cromossomo X (feminino) e Y (masculino) em famílias com doenças relacionadas ao cromossomo X, tais como distrofia muscular de Duchenne ou hemofilia. Diversas meninas não afetadas nasceram após a biópsia do embrião com determinação do sexo utilizando-se a técnica de Hibridização In-Situ Fluorescente (FISH). Esta técnica é usada para visualizar diferentes cromossomos ao mesmo tempo (o que pode detectar também a síndrome de Down). “Esta aplicação é útil para diferentes grupos de pais não férteis, tais como aqueles de idade avançada, com insucesso em repetidas implantações, abortos repetidos”, afirma Abdelmassih.
A análise do material genético (DNA) a partir de uma única célula se tornou possível através de outra técnica recente de amplificação de quantidades minúsculas de DNA. Este processo, chamado de reação de polimerase em cadeia (PCR), envolve diversas etapas que permitem que uma seqüência de DNA específica seja replicada muitas vezes e então rapidamente analisada. “Atualmente, estamos desenvolvendo outros exames também para detectar outras doenças em embriões, tais como fibrose cística, síndrome de Marfan, doença de Huntington, e atrofia muscular espinhal usando a técnica de PCR. Uma vez feito o diagnóstico molecular adequado, os embriões não afetados podem ser transferidos de volta para o útero”, conclui o especialista.
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