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Dieta rica em ácido fólico pode prevenir síndrome de Down

29 de Abril de 2002 (Bibliomed). O ácido fólico, encontrado em alimentos como espinafre, agrião, brócolis e fígado e também na forma de suplementos, pode prevenir a síndrome de Down - doença genética que provoca atraso no desenvolvimento motor e mental, baixa estatura e problemas cardíacos, e afeta uma em cada 700 crianças nascidas no Brasil. A conclusão é da pediatra e geneticista Ana Beatriz Perez, do Centro de Genética Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A pesquisadora e sua equipe investigaram a relação entre o aumento dos níveis de um aminoácido chamado "homocisteína", genes envolvidos no metabolismo desse aminoácido, e a propensão de gerar bebês com síndrome de Down. O sangue de 154 mães de crianças com a doença, atendidas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo, foi comparado ao de outras 160 mulheres, cujos filhos não são portadores da síndrome. Os cientistas mediram os níveis de "homocisteína" no sangue, procurando indícios de mutação genética que estivesse associada ao aumento desse aminoácido.

O trabalho mostrou que as mães de crianças com a síndrome de Down tinham uma alteração sutil nas cópias do gene MTHFR e quantidade elevada de "homocisteína". Segundo Ana Beatriz, o acúmulo dessa substância tende a afetar a divisão das células. É nessa ocasião que surgem os defeitos genéticos, como a síndrome de Down – na qual os portadores têm 47 cromossomos em cada célula, em vez de 46.

O ácido fólico ajuda a equilibrar os níveis de "homocisteína". Mulheres que apresentam a "homocisteína" em quantidade elevada têm 2,5 mais chances de terem um filho com síndrome de Down, segundo revelam estudos internacionais. O uso de ácido fólico é indicado dois meses antes de engravidar e nos três primeiros meses de gestação. A substância é indicada também para diminuir o risco de anencefalia (ausência de cérebro) e outras doenças do feto, como a mielomeningocele - anomalia congênita grave do sistema nervoso. Na última segunda-feira, o Ministério da Saúde determinou a adição de ácido fólico às farinhas de trigo e milho. O objetivo é proteger os bebês brasileiros contra essas anomalias.

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