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Otan Volta a Negar Ligação Entre Câncer e Munição de Urânio

17 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Dados fornecidos pelos 19 países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não mostraram evidências de que a exposição à munição de urânio empobrecido provoque câncer ou a chamada "Síndrome dos Bálcãs", afirmou na terça-feira o chefe do principal comitê médico do órgão.

Depois de duas semanas de crescente polêmica, a aliança disse que suas principais autoridades médicas tinham comparado dados e não tinham encontrado nada que apontasse para um risco sério à saúde imposto por armamentos com urânio empobrecido, usados na Guerra do Golfo (1991) e nos Bálcãs.

O relatório foi a resposta mais contundente da Otan até agora às discussões em torno do potencial lesivo dessa munição. A controvérsia surgiu no início deste mês e levou os ministros da Defesa de vários países a dar declarações tentando acalmar o que alguns chamaram de uma onda de histeria.

O documento, porém, afirma que os soldados da Otan não seriam expostos a riscos desnecessários a sua saúde e que outras medidas seriam tomadas para determinar o que está por trás dos sintomas inexplicados apresentados por alguns.

"Não pudemos identificar qualquer aumento na incidência de doenças ou na taxa de mortalidade entre os soldados que estiveram nos Bálcãs, comparando esses dados com o de soldados que não participaram das missões ali", disse o general Roger Van Hoof, depois de um encontro com outras 18 autoridades médicas.

"Com os dados de que dispomos, não se pode identificar uma ligação entre o urânio empobrecido e as doenças", disse Hoof em uma entrevista coletiva concedida em Bruxelas, Bélgica.

O coronel David Lam, da área médica do Exército norte-americano, afirmou que os efeitos nocivos à saúde provocados eventualmente pela munição com urânio empobrecido eram "uma questão psicologicamente complexa que, infelizmente, vê-se influenciada antes por fatores políticos e emocionais que científicos".

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