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Descobertas Sobre Alzheimer Apontam Possíveis Tratamentos

10 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Cientistas descobriram como funciona uma proteína encontrada no cérebro de pacientes com mal de Alzheimer, um achado que um dia pode levar a melhores tratamentos para a forma mais comum de demência.

A comunicação entre as células do cérebro --- fundamental para o aprendizado e a memória -- envolve proteínas de sinalização e seus receptores que interagem como uma chave abrindo uma fechadura.

Interferir nessa comunicação pode impedir que se instalem as alterações incapacitantes típicas da doença de Alzheimer, de acordo com a equipe de Jerrel Yakel, do National Institute of Environmental Sciences (Instituto Nacional de Ciências Ambientais e da Saúde), do National Institutes of Health (Instituto Nacional de Saúde), em Research Triangle Park (Carolina do Norte).

O cérebro dos pacientes com mal de Alzheimer apresenta depósitos anormais de uma proteína chamada betaamilóide, mas os cientistas ainda não sabem se ela é causa ou resultado da doença. Na tentativa de compreender a função da betaamilóide, os pesquisadores estudaram seu impacto no funcionamento do nAChR, um receptor fundamental localizado na área da memória do cérebro de ratos.

Os resultados experimentais publicados na edição de janeiro do Journal of Neuroscience confirmaram que a betaamilóide pode reduzir em até 39 por cento a capacidade do nAChR de captar mensagens enviadas pelas proteínas de sinalização do cérebro evitando que a chave abra a fechadura.

A betaamilóide reduziu especificamente a resposta dos receptores à acetilcolina, mas não a outras proteínas de sinalização. Este efeito poderia contribuir para os benefícios verificados com drogas que aumentam os níveis de acetilcolina em pacientes com a doença de Alzheimer, observaram os pesquisadores.

Os cientistas sugerem que em vez de ser o resultado do mal de Alzheimer, a betaamilóide poderia causar os sintomas por causa de sua interferência com os receptores nAChR.

Drogas capazes de evitar que a betaamilóide interfira nas funções do nAChR poderiam restaurar a comunicação normal e melhorar muitos sintomas da doença, concluíram os autores.

"Saber como a doença funciona aumenta as chances de a ciência médica encontrar formas de reduzir, estacionar ou mesmo reverter o processo", declarou Yakel em nota divulgada pelo Instituto Nacional de Saúde.

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