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Terapia Menos Agressiva é Boa Para Linfoma Não-Hodgkins

09 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Os pacientes que desenvolvem uma forma agressiva do linfoma não-Hodgkins são beneficiados tanto se receberem a quimioterapia padrão como tratamento de primeira linha quanto se forem tratados com altas doses de quimioterapia e um transplante de medula óssea, informaram pesquisadores.

As descobertas sugerem que o tratamento mais potente e arriscado -- altas doses de quimioterapia e transplante de medula óssea -- deveria ser reservado aos pacientes que não tiveram sucesso com outros tratamentos, conforme a equipe de Hanneke C. Kluin-Nelemans do Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda. O trabalho foi publicado na edição de janeiro do Journal of the National Cancer Institute.

O linfoma não-Hodgkins é um conjunto de tumores relacionados que começa na circulação linfática, sistema que contém linfa (líquido claro e aquoso que inclui as células brancas do sangue).

O estudo contou com 194 pacientes diagnosticados com a doença incluindo alguns que receberam a terapia padrão como primeira etapa do tratamento e outros tratados com a combinação de altas doses de quimioterapia seguida por um transplante de suas próprias células-tronco, geralmente coletadas da medula óssea e algumas vezes do sangue.

Depois do tratamento com quimioterapia e transplante de medula, 68 por cento estavam vivos cinco anos após o início do estudo. No grupo que recebeu tratamento padrão, 77 por cento dos pacientes estavam vivos ao final de cinco anos.

A diferença entre os dois grupos não foi significativa estatisticamente e por isso não foi possível deduzir a existência de benefícios da terapia combinada, indicou o trabalho.

Geralmente, pessoas diagnosticadas com formas agressivas de linfoma não-Hodgkins recebem a quimioterapia padrão que apresenta uma taxa de cura de 30 a 50 por cento, informou Richard I. Fisher, da Universidade de Loyola, em Maywood (Illinois), em editorial que acompanhou o estudo.

Os pacientes que falharam ou não responderam ao tratamento podem se candidatar a um transplante de medula que aumenta a sobrevivência total em 10 por cento para pacientes com o câncer, explicou Fisher.

"A pergunta era: há benefício se tratarmos pacientes com quimioterapia e transplante de medula logo no início?", declarou Fisher. Para ele, a resposta poderia ser não. O estudo atual verificou que não houve benefício total em aplicar o tratamento mais agressivo como primeira escolha.

Entretanto, pacientes considerados em alto risco de não responder ao tratamento podem se beneficiar da combinação de quimioterapia e transplante de medula, acrescentou Fisher.

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