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Uso Odontológico do Laser em Paciente Com Câncer Será Estudado

SÃO PAULO (Reuters) - Uma equipe da clínica de medicina bucal do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, pretende desenvolver com pesquisadores norte-americanos um estudo para avaliar o uso do laser de baixa intensidade no tratamento odontológico de pacientes submetidos a transplante de medula óssea.

"O projeto de estudo já foi aprovado pela Comissão de Ética do hospital e enviado para a Comissão Nacional de Pesquisa, em Brasília", disse o cirurgião-dentista César Augusto Migliorati, coordenador da clínica, que será inaugurada na quinta-feira e vai ser integrada ao serviço de radioterapia do centro de oncologia.

Segundo Migliorati, o tratamento quimioterápico, usado em conjunto com o transplante de medula óssea, pode causar complicações bucais no paciente, como a mucosite.

"A mucosite é um processo inflamatório em que se formam feridas pela boca, provocando dor e dificuldade para se alimentar e falar."

"Essas feridas podem ser uma porta de entrada para bactérias presentes na boca, que podem cair na corrente sanguínea do paciente transplantado e causar infecções em outros locais", explicou Migliorati. "Se desenvolver uma infecção, esse paciente, com o sistema imunológico deprimido, pode até correr risco de vida."

De acordo com Migliorati, existem evidências de que o uso da luz laser de baixa intensidade em pacientes sob quimioterapia pode prevenir e tratar a mucosite.

"A luz laser de baixa intensidade tem ação bioestimuladora, controlando a dor e melhorando as condições de cicatrização."

Experiências no exterior e outras realizadas no hospital sugerem que a aplicação do laser na mucosa bucal do paciente, iniciada no mesmo dia em que começa a quimioterapia, pode prevenir a mucosite ou regredir as lesões em alguns dias, disse o cirurgião-dentista.

De acordo com Migliorati, o objetivo do projeto é verificar com estudos científicos rígidos se o laser de baixa intensidade tem realmente a capacidade de prevenir o aparecimento da mucosite e diminuir a dor quando o problema aparece, resultando em menor necessidade de drogas analgésicas, risco diminuído de infecções, internação mais curta e melhora na qualidade de vida.

Migliorati explicou que a pesquisa será desenvolvida junto com a Divisão de Medicina Bucal do Centro de Pesquisa de Câncer Fred Hutchinson, em Seattle (EUA), e que o aparelho de laser utilizado é de fabricação nacional, desenvolvido pela MMOptics, uma empresa privada de São Carlos, em São Paulo.

Sinopse preparada por Reuters Health

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