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Testada droga que Poderá Combater Alzheimer

Por Keith Mulvihill

NOVA YORK (Reuters Health) - Uma droga que reverteu 'dramaticamente' os sintomas da doença de Alzheimer em ratos está sendo estudada na Austrália, afirmaram cientistas durante o encontro da Sociedade de Neurociência em Nova Orleans, no domingo.

A doença de Alzheimer é um distúrbio que tem como característica principal a senilidade progressiva. Durante o avanço da enfermidade, placas protéicas e emaranhados nervosos se formam gradualmente, distorcendo a arquitetura do cérebro. A doença vitima cerca de 22 milhões de pessoas em todo o mundo.

Cientistas consideram que uma proteína natural do organismo chamada amilóide desempenha um papel importante nesse processo destrutivo.

"Nos últimos dez anos, estamos estudando a teoria de que a principal parte do problema da doença de Alzheimer é que existe uma regulação anormal da capacidade cerebral de utilizar o cobre e o zinco naturais no organismo -- minerais essenciais que são encontrados principalmente no tecido cerebral", disse Ashley Bush, do Hospital Geral de Masschusetts, em Boston, à Reuters Health.

"Descobrimos que a proteína amilóide se liga ao cobre e ao zinco fortemente. À medida que a proteína amilóide se acumula no cérebro, ela se liga ao cobre e ao zinco -- como tijolos se unem à argamassa -, o que causa a formação das placas", explicou Bush.

"Provavelmente, o acúmulo dessa proteína é o melhor alvo para terapia", acrescentou.

Bush e sua equipe testaram uma droga conhecida como PBT3 em ratos geneticamente modificados para apresentar uma forma grave de uma doença semelhante ao Alzheimer.

Os cientistas descobriram que a droga ajudou a quebrar a formação de proteína amilóide se ligando ao cobre e ao zinco.

"Este agente foi particularmente bem-sucedido pois penetra bem no cérebro, apresenta baixa toxicidade e se liga ao cobre e ao zinco", disse Bush à Reuters Health.

"Descobrimos que a droga, quando dada oralmente a estes animais, foi muito eficaz na prevenção e, em alguns casos, na reversão da formação de placas amilóides", acrescentou Bush.

Os animais não sofreram efeitos colaterais e ratos tratados apresentaram uma redução de 50 por cento na formação de placa em nove semanas, em comparação a ratos que não foram tratados -- "este é um resultado muito rápido, muito dramático", de acordo com Bush.

A droga PBT3 está sendo testada em ensaios clínicos em 50 pessoas com doença de Alzheimer na Universidade de Melbourne, na Austrália.

"Como a doença de Alzheimer é um distúrbio lento e progressivo, levará algum tempo para saber os resultados do tratamento", afirmou Bush, que espera finalizar o ensaio em cerca de 12 meses.

Sinopse preparada por Reuters Health

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