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Medicamento é Seguro Para Diabete Gestacional

NOVA YORK (Reuters Health) - Uma classe de drogas até agora considerada imprópria para uso na gravidez pode controlar a diabete com segurança e tão bem quanto a insulina, sem prejudicar a mãe ou o bebê, informaram pesquisadores.

A diabete gestacional instala-se durante a gravidez e geralmente desaparece após o parto.

O problema aumenta o risco de complicações, como a necessidade de cesariana, anomalias congênitas e macrossomia (quando recém-nascido é muito maior que o normal).

A insulina é eficaz para controlar a diabete gestacional, mas também é "inconveniente e cara", explicaram os autores do estudo.

As chamadas sulfoniluréias podem controlar a diabete baixando os níveis de açúcar no sangue, mas não são recomendadas para grávidas, pois podem reduzir muito o nível de açúcar no feto e aumentam o risco de problemas congênitos.

Mas, em estudos preliminares em laboratório, a equipe chefiada por Oded Langer, do Roosevelt Hospital Center de St. Luke, em Nova York, verificou que a gliburida, a mais nova das sulfoniluréias, não passa facilmente pela placenta, através da qual o feto recebe nutrientes, oxigênio e outras substâncias essenciais.

Assim, os pesquisadores passaram a trabalhar com a hipótese de que a nova droga poderia ser segura para grávidas.

O raciocínio provou estar correto, segundo trabalho publicado na edição de 19 de outubro do New England Journal of Medicine.

O estudo com 404 mulheres com diabete gestacional, que receberam injeções de insulina ou gliburida oral, mostrou resultados "essencialmente iguais" nos dois grupos.

A porcentagem de recém-nascidos grandes para sua idade gestacional ou em consequência da macrossomia foi semelhante nos dois grupos de mulheres, indicou o trabalho. Não houve diferenças estatisticamente significativas nas taxas de malformações dos bebês, complicações pulmonares ou baixo nível de açúcar sanguíneo.

Os pesquisadores não detectaram gliburida no sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos. Nenhuma das mulheres relatou qualquer sintoma severo e a taxa de complicações, como pressão alta durante a gravidez e necessidade de cesariana, foi semelhante nos dois grupos. Apenas oito mulheres que tomaram gliburida tiveram que mudar para insulina porque a droga não controlou a diabete gestacional de forma adequada.

"Concluímos que a gliburida é uma alternativa eficaz para mulheres com diabete gestacional", escreveram os pesquisadores.

Os autores do estudo "estão de parabéns por desafiar com prudência os conceitos tradicionais e mostrar o caminho para um tratamento alternativo para mulheres com diabete gestacional", declarou Michael F. Greene do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, em editorial que acompanhou o estudo.

O editorialista ressaltou, porém, que ainda não há evidências suficientes de que outras sulfoniluréias, além da gliburida, podem ser usadas com segurança durante a gravidez.

Sinopse preparada por Reuters Health

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