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Conduta do parceiro influencia na decisão de abortar

03 de fevereiro de 2014 (Bibliomed). A decisão da mulher em interromper uma gestação está relacionada ao conhecimento da gravidez pelo parceiro e à reação dele no momento em que soube que a parceira esperava uma criança. A conclusão é de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Os pesquisadores analisaram dados de mulheres que haviam sofrido aborto recente em São Paulo (SP) e em Natal (RN) e descobriram que o aborto está frequentemente associado à depressão, independente se ele foi provocado ou espontâneo.

Para os pesquisadores, embora tenham ocorrido avanços sociais, as mulheres ainda têm princípios culturais enraizados diante da situação de aborto que despertam nelas conflitos e ambivalências.

Em São Paulo, as reações negativas e a falta de participação do pai da criança contribuíram para a decisão de abortar ou não. Já em Natal, a ausência do parceiro na fase inicial da gestação foi fundamental para a decisão de aborto.

Nas duas capitais, os dados mostraram que o aborto provocado foi mais frequente em mulheres solteiras, com menor número de gestações e de abortamentos espontâneos anteriores.

A pesquisa também incluiu a vivência de aborto espontâneo, aquele em que a gestação é interrompida involuntariamente, por algum problema no desenvolvimento do embrião. A média de depressão das mulheres que abortaram foi de 50% em São Paulo e de 72,7% em Natal, sendo similares entre os tipos de aborto. O número é considerado alto em relação às taxas comuns nas mulheres, que giram entre 5% e 9%.

A pesquisa revelou que a não concretização da gestação, de forma voluntária ou não, faz com que as mulheres sejam criticadas pela sociedade, recebendo a responsabilidade pelo ocorrido ou mesmo sendo estigmatizadas por isso. Para os pesquisadores, este processo ocorre porque a maternidade ainda é um forte símbolo de representação feminina.

Fonte: Agência USP, 23 de janeiro de 2014

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