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O que é?

A ansiedade de origem orgânica é uma situação caracterizada pela presença de sintomas ansiosos, em crises ou generalizados, que são claramente conseqüentes a uma doença ou condição orgânica.

Diversas situações podem estar associadas com o surgimento da ansiedade, sendo as mais usuais as seguintes doenças: distúrbios da tiróide, lúpus eritematoso sistêmico, câncer, doenças de tratamento cirúrgico ou que requeiram internação hospitalar, dentre outras.

As condições orgânicas associadas ao desenvolvimento de sintomas ansiosos são o uso de medicamentos como corticóides, imunossupressores, antidepressivos, dentre tantos outros. O uso de substâncias tóxicas como chumbo ou mercúrio pode também estar associado ao surgimento da ansiedade.

Determinados eventos normais podem também desencadear o aparecimento da sintomatologia ansiosa, como a menstruação.

Como surge?

A identificação da ansiedade de origem orgânica é baseada na associação dos sintomas de ansiedade com a ocorrência de um evento relacionado com a saúde do indivíduo, ou com alguma alteração orgânica.

Deve-se lembrar, entretanto, que o estresse gerado por uma condição de saúde, uma cirurgia ou o uso de algum medicamento, é normal e afeta praticamente todas as pessoas que passam por estas situações. No entanto, quando a ansiedade gerada por estes eventos passa a ser excessiva e a interferir nas atividades cotidianas, é provável a ocorrência de um quadro patológico.

Quais são os sintomas?

Dentre os sintomas ansiosos presentes na doença destacam-se a irritabilidade excessiva e a labilidade do humor. Assim, a pessoa pode de uma hora para outra passar de um sentimento de felicidade para raiva ou tristeza, desencadeados por situações que normalmente são corriqueiras e não correspondem em intensidade aos sintomas apresentados.

As demais manifestações de ansiedade podem estar presentes em graus variáveis, dependo de cada caso e da intensidade do impacto produzido pela situação desencadeante na vida do indivíduo. A pessoa passa a viver tensa, angustiada, preocupada, nervosa. Associam-se distúrbios do sono (ex: insônia), dificuldade para relaxar, angústia constante, dificuldades de concentração.

Os sintomas físicos mais comuns são batedeira no peito, coração acelerado, tonteira, dores de cabeça, dores musculares, dor na barriga e no estômago, formigamentos, suor frio, comumente referidos como “gastura”, “repuxamento nos nervos”, “cabeça ruim”.

Como evolui e como se trata?

Com a ampla fonte de informações acerca de situações médicas em geral, em livros ou na Internet, ou até mesmo na conversa com parentes e vizinhos que passaram por situações parecidas, é comum o indivíduo se inteirar dos possíveis efeitos adversos e complicações de procedimentos aos quais se submeterá. Isso certamente contribui para o surgimento da ansiedade, a qual deve ser tratada de forma clara, e exposta ao médico, a fim de que possa ser conduzida da melhor maneira possível, sem prejudicar o tratamento e nem a vida do indivíduo.

Lembre-se, somente seu médico poderá aconselhá-lo na abordagem desta condição. 

Fonte:

Dalgalarrondo P. Síndromes ansiosas. In: Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000:188 – 189.