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Disfunção Erétil

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- O que é?
- Causas
- Distúrbios associados
- Diagnóstico
- Tratamento

O que é?

Disfunção erétil é o termo médico para definir a incapacidade de obter uma ereção com rigidez suficiente para a penetração e/ou mantê-la por um período de tempo adequado para a satisfação de ambos os parceiros no ato sexual. É importante entender que ela pode ocorrer mesmo com desejo e orgasmo (ejaculação) presentes.

A disfunção erétil (DE) afeta cerca de dois terços dos homens após os 50 anos de idade, correspondendo entre 10 a 20 milhões de brasileiros.

A maioria dos homens, em algum momento de suas vidas, já experimentou episódios de disfunção erétil, geralmente decorrentes de cansaço, stress ou abuso de álcool. Falhas ocasionais não devem ser supervalorizadas. Porém, se o problema persistir, um urologista deve ser procurado.

Causas

A capacidade de ereção é apenas um dos vários aspectos da função sexual masculina. O ciclo de resposta sexual do homem possui quatro fases principais o desejo, a ereção, o orgasmo e o relaxamento. Cada uma delas pode sofrer alterações distintas.

As causas da DE são divididas em orgânicas, psicogênicas e mistas, podendo ser encontradas com fatores combinados. Problemas orgânicos, como diabetes, câncer, arteriosclerose e lesões neurológicas podem freqüentemente levar a complicações de ordem psicológica, por exemplo. Ela pode ainda ser secundária, e aparecer como a primeira manifestação de diversos distúrbios como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e insuficiência renal.

A DE de origem psicológica pode se manifestar de várias maneiras, como ejaculação precoce ou retardada, dor ao ejacular e a própria impotência. Pode haver ainda perda da libido (desejo sexual), falta de orgasmo e fobias (medos) sexuais; tudo isso por ansiedade, depressão ou culpa. Um indivíduo que tem uma experiência desagradável, como a perda da ereção ao fazer sexo ou uma ejaculação muito precoce, tende a, na próxima relação, relembrar tais "fracassos", tornando-se ansioso. Isso propicia a uma nova falha, criando um círculo vicioso.

As causas orgânicas são subdivididas de acordo com a etiologia. As vasculogênicas são as mais prevalentes, especialmente as alterações de fluxo arterial, arteriosclerose e trauma (levando a lesões nos vasos sanguíneos). Anormalidades do fluxo venoso são menos comuns. As causas neurogênicas são a neuropatia diabética, esclerose múltipla, abuso de álcool, trauma medular e lesão de nervos por prostatectomia radical (cirurgia de retirada da próstata). Já as causas hormonais são o hipoandrogenismo primário ou secundário (distúrbios dos hormônios masculinos).

A DE pode ocorrer ainda, por uso e abuso de drogas como maconha, álcool, heroína, cocaína, barbitúricos, antidepressivos.

Distúrbios associados

A DE apresenta vários fatores de risco como: idade avançada; diabetes; hipertensão arterial; doenças vasculares periféricas; doenças neurológicas; doenças endócrinas; traumatismos da medula espinhal; cirurgias pélvicas radicais; radioterapia; alcoolismo; tabagismo; consumo de maconha e/ou cocaína; uso de anti-hipertensivos, tranqüilizantes e psicotrópicos; problemas de relacionamento com a parceira; stress; ansiedade e medo de falhar; depressão; personalidade obsessivo-compulsiva; desvios sexuais.

Diagnóstico

Os objetivos da avaliação inicial do paciente são determinar a causa provável da DE e identificar fatores orgânicos ou psicológicos associados que possam influenciar a conduta terapêutica.

A entrevista médica detalhada é o fator mais importante na avaliação do paciente com este problema. A anamnese deve identificar a duração, progressão e gravidade da DE, bem como fatores associados.

Uma vez identificado um problema no desempenho sexual do paciente, o passo seguinte é diferenciá-la de outros problemas sexuais, tais como perda da libido e distúrbios ejaculatórios.

O exame físico visa avaliar a saúde do paciente, com particular atenção aos sistemas cardiovascular, neurológico e geniturinário, devido à sua contribuição na ereção. A avaliação neurológica deve incluir uma percepção do estado de ansiedade ou depressão do paciente. Já a avaliação genital é direcionada para detecção de anormalidades locais.

Alguns exames laboratoriais são básicos para identificar distúrbios que podem resultar em DE.

Tratamento

Nos casos de DE psicogênica, a psicoterapia é indicada. Vários fatores devem ser avaliados pelo urologista e se possível, por especialista na área de psicologia ou psiquiatria. Fatores como problemas físicos, psiquiátricos, psicológicos, relacionamento conflituoso com a parceira e inadequação sexual devem ser abordados com o casal.

Injeções penianas foram o primeiro método eficiente e objetivo, com pouco ou nenhum efeito colateral, com melhora significante da ereção, mesmo nas DE graves e orgânicas. Tinham como principal complicação, as ereções dolorosas. Apresentavam também a desvantagem de limitação do tempo das ereções e limitação de freqüência das aplicações (3 vezes por semana). Este método tende a ser abandonado com o avanço da tecnologia.

Com o avanço do tratamento, alguns medicamentos orais encontram-se disponíveis no mercado. São eles:

- Viagra (Sildenafil), do laboratório Pfizer: age no pênis, relaxando a musculatura e aumentando o aporte de sangue para a região. Eficiente em casos de impotência parcial, propiciando ereção de 40 a 60 minutos depois da ingestão do medicamento, com estimulação do pênis. Seu efeito pode durar até seis horas.Tem como reações colaterais dores de cabeça, congestão nasal, dispepsia e rubor facial. Pacientes cardíacos, principalmente em tratamento com drogas à base de nitratos (Sustrate, Monocordil, Isordil, Nitradisc, Nitroderm TTS, Isocord, Isossorbida, Tridil) não podem tomar este medicamento.

- Uprima (Apomorfina), do laboratório Abbott: age no sistema nervoso central, facilitando a condução dos estímulos sexuais do cérebro até o pênis. Gera ereção 10 a 20 minutos depois da administração oral sublingual. Pode causar dor de cabeça, náuseas, tonteiras, desmaio e rubor facial, mas pode ser utilizado por pacientes cardíacos.

- Cialis (Tadalafila), fabricado pelo laboratório Eli Lilly: age diretamente no pênis, inibindo a enzima fosfodiesterase. Leva à ereção em 30 minutos, e a mantém por até 36 horas. Pode provocar dor de cabeça, intolerância gástrica, congestão nasal, dor nas costas, dor muscular, tonteira e rubor facial. Assim como o Viagra, não pode ser utilizado por cardíacos em uso de nitratos.

- Levitra (Vardenafil), da Bayer e Glaxo: também atua direta e seletivamente no pênis, inibindo a enzima fosfodiesterase, com menos efeitos colaterais (dor de cabeça, rubor facial e coriza). Leva à ereção em 15 minutos, e a mantém por até 8 horas. Assim como o Viagra e o Cialis, não pode ser utilizado por cardíacos em uso de nitratos. Uma das principais vantagens é o preço mais acessível e o fato de ser comercializado em embalagens unitárias.

Apesar dos tratamentos medicamentosos citados, alguns pacientes podem não se adaptar e necessitar de tratamento com dispositivos mecânicos, como dispositivos de ereção a vácuo ou próteses penianas infláveis ou maleáveis. Outros podem necessitar de cirurgia vascular para reparar as artérias que abastecem o pênis de sangue, em casos específicos.

Como a disfunção erétil pode ter várias causas, tem vários tratamentos que agem por diferentes mecanismos, com contra-indicações específicas, um urologista deve ser sempre consultado.

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