Artigos de saúde
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Neste artigo:
 - O que é diabetes
  - Tipos de diabetes
  - Complicações
  - Tratamento
O diabetes é um distúrbio causado pela falta de uma  substância denominada insulina. Ele também pode resultar da incapacidade da  insulina exercer seus efeitos, fazendo com que o organismo não consiga obter a  energia dos alimentos de forma adequada e aumentando os níveis de glicose  (açúcar) no sangue.
    
  O controle da glicose é realizado através de um exame denominado glicemia de  jejum. Nesse, é medida a quantidade de açúcar do sangue. Como muitas pessoas  com diabetes apresentam a doença sem perceber os sintomas, é recomendado que  adultos maiores de 40 anos realizem testes para diagnosticar o distúrbio a cada  três anos. Mulheres grávidas com mais de 25 anos, obesas ou com história  familiar de diabetes também devem pesquisar o diabetes, pois pode ser  prejudicial ao bebê.
Existem diferentes tipos de diabetes. O diabetes tipo 1  (DM1), ocorre quando a pessoa tem pouca ou nenhuma insulina. Ele surge quando  as células do pâncreas, que produzem a insulina, são destruídas. Essa destruição  pode ser causada por fatores genéticos, ambientais (como caxumba, coqueluche ou  rubéola congênita), ou por fatores da própria pessoa. Esse tipo de diabetes  geralmente aparece de forma súbita em crianças ou em adultos jovens não obesos.
    
  O diabetes tipo 2 (DM2) é a forma mais comum de diabetes, afetando cerca de 90%  dos pacientes diabéticos. Ele é resultado de uma predisposição genética que  pode se manifestar ou não de acordo com os fatores ambientais. Os indivíduos  com DM2 possuem menor capacidade de liberar insulina do que os indivíduos  normais. Ao contrário dos pacientes com diabetes tipo 1, esses pacientes não  são dependentes de injeções de insulina, mas usam um tipo de medicação oral  para controlar o excesso de açúcar no sangue. Geralmente, o DM2 aparece após os  40 anos de idade e está associado à obesidade, mas estão mais comuns casos de  pessoas mais jovens.
  
  A principal diferença entre o diabetes tipo 1 e tipo 2, é que no primeiro, as  células do pâncreas não produzem a insulina suficiente e com o tempo, as  pessoas desenvolvem uma resistência às ações dessa substância. Já no diabetes  tipo 2, existe alguma produção de insulina, mas as ações dessa substância não  são tão eficientes.
  
  Outros tipos de diabetes podem ocorrer devido a queimaduras, como consequência  de outras doenças ou pelo uso de algumas drogas que induzem ao diabetes. Pode  ainda ocorrer o diabetes gestacional. Nesse tipo de diabetes, que ocorre pela  primeira vez na gestação, há a diminuição da tolerância à glicose, que, pode ou  não persistir após o parto.
Complicações
    
  O diabetes causa vários problemas a longo prazo, entre eles, complicações  oculares, nos rins, nos nervos e nos vasos sanguíneos, sendo a principal causa  de gangrena, infarto e derrame.
  
  As pessoas com diabetes podem apresentar uma alteração na retina denominada  retinopatia diabética. Com o tempo esse distúrbio pode se transformar em  cegueira. Contudo, as doenças oculares podem ser prevenidas em 90%  dos casos através do diagnóstico precoce e do  tratamento adequado. Os diabéticos devem ser submetidos a exames oculares pelo  menos uma vez ao ano.
  
  Outra complicação do diabetes é a neuropatia periférica. Ela é uma alteração  nos nervos que pode causar uma perda da sensação, imobilização, reflexos mais  lentos, dor ou sensação de formigamento nos pés e nas mãos. A diminuição da  sensibilidade pode fazer com que a pessoa machuque sem sentir dor e o ferimento  pode infeccionar por falta de cuidados, desenvolvendo um quadro grave que pode  levar a amputação. Por isso, é essencial que a pessoa com diabetes esteja  sempre atenta a feridas na pele, principalmente nos pés.
  
A nefropatia diabética, doença que afeta os rins, também é preocupante e pode  ser prevenida em 50% dos casos através do controle adequado da pressão  sanguínea e dos níveis de glicose do sangue. Essa doença é denominada.
Os rins funcionam como "filtros", que eliminam  substâncias desnecessárias e/ou tóxicas para o nosso organismo. Quando ocorre a  nefropatia diabética, os rins vão perdendo a capacidade de eliminar, de forma  adequada, essas substâncias. Assim, ocorre eliminação exagerada de proteínas.  Se a nefropatia diabética não for diagnosticada e tratada de forma adequada,  pode evoluir para insuficiência renal, precisando de diálise para o controle.
    
  Sem dúvida, a principal complicação do diabetes é a doença cardiovascular. Por  isso, as pessoas com diabetes devem tomar alguns cuidados. Uma preocupação  importante é manter sempre baixos os níveis de colesterol. Deve-se também  controlar a pressão arterial, a obesidade, o nível de glicose no sangue e o  fumo. Além disso, é fundamental a realização de exercícios físicos.
Tratamento
    
O tratamento do diabetes depende do estágio da doença. Em casos mais simples,  mudanças no estilo de vida, especialmente na alimentação, são suficientes.  Contudo, em casos mais graves da doença, é necessário a utilização de  medicamentos para controle da glicose e, em alguns casos, a aplicação de  injeções diárias de insulina. 
É recomendado aos pacientes diabéticos o controle o peso, a cessação do tabagismo, o baixo consumo de álcool, açúcar e carboidratos, além da prática constante de exercícios físicos.
Atividade  física em pacientes diabéticos
  
  A realização de atividade física é muito importante para pacientes com  diabetes. Já foi demonstrado em muitos estudos que a realização de exercícios  reduz os níveis de glicose e melhora a ação da insulina. Essas ações reduzem a  necessidade de medicamentos orais e a dose de insulina a ser aplicada. Além  disso, o exercício queima calorias, o que ajuda no controle de peso e melhora o  humor, ajudando a enfrentar os problemas da doença.
  
  Os exercícios físicos são uma ótima maneira de prevenir as doenças  cardiovasculares, eles ajudam a diminuir a hipertensão e o colesterol. Sabe-se  que os exercícios físicos são muito benéficos em pacientes com diabetes do tipo  2, mas existem poucas informações sobre o beneficio do exercício físico em  pacientes com diabetes do tipo 1. Mas os estudos já realizados sugerem que as  pessoas com diabetes tipo 1, que se exercitam regularmente, tendem a ter menos  complicações vasculares, neuropatias ou nefropatias.
  
  É aconselhável que os pacientes com diabetes realizem uma avaliação médica  completa antes de iniciar a realização de uma atividade física.
  
  Os indivíduos que desenvolveram a neuropatia devem ter alguns cuidados ao  realizar exercício. Eles podem experimentar problemas durante as mudanças na  intensidade do exercício. Assim os diabéticos são aconselhados a mudar a  intensidade do exercício de forma gradativa. As pessoas devem realizar constantemente  a avaliação dos pés quanto a feridas, pois elas podem se complicar em pacientes  com diabetes.
  
  As doses de insulina devem ser reajustadas. Isso porque o exercício físico  aumenta a sensibilidade das células à insulina, assim a pessoa precisará de menor  quantidade de insulina para se obter os mesmos efeitos. Normalmente esta  redução varia cerca de 30 a  50% nas doses subcutâneas de insulina, o que depende do tipo de exercício.
  
  Por isso, antes de realizar exercícios físicos, os diabéticos devem seguir  algumas orientações:
  
  · Escolher de um tipo de exercício que não entre em conflito com as  complicações do diabetes (ex. exercício de braço ou natação para pacientes com  ulcerações frequentes no pé).
  
  · Medir a glicose sanguínea antes, durante e depois da atividade física.
  
  · Ingerir carboidrato extra quando for realizar um exercício não planejado (de 20 a 30 mg para cada 30  minutos de exercícios).
  
  · Ter sempre a mão, durante o exercício, carboidratos facilmente absorvíveis
  
  · Ter sempre um plano de exercício.
  
  · Realizar o aquecimento adequado.
  
  · Nunca terminar o exercício de forma abrupta.
  
  · Realizar sempre uma hidratação adequada.
  
  · Se possível, realize os exercícios com um companheiro informado de sua  situação.
  
  · Usar um calçado adequado.
  
  · Inspecionar o sapato quanto a corpos estranhos.
  
  Todos os esportes são recomendáveis para as pessoas com diabetes, com exceção  daquelas com retinopatia, nefropatia, neuropatia ou com problemas de  equilíbrio. Os exercícios mais aconselhados são os esportes aeróbicos com  intensidade moderada, como a natação, o ciclismo a caminhada e alguns esportes  de equipe.
  
  Alguns esportes como alpinismo, mergulho, ou surf, não são proibidos, mas são  menos recomendados, pois possuem maiores riscos no caso de hipoglicemia, perda  de equilíbrio, traumatismo dos pés ou retinopatia.
  
  As atividades anaeróbicas de grande intensidade e curta duração, como uma  corrida de curta distância, não são recomendadas, pois não levam a perda de  peso, não melhoram o condicionamento físico nem controlam os níveis de glicose  do sangue. E por isso devem ser evitadas no caso de diabetes.
  
O ideal é que a atividade seja realizada três vezes por semana ou mais, com  duração de pelo menos 40 a  60 minutos.
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