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Cegos conseguem “ver” com os ouvidos, aponta estudo

01 de abril de 2011 (Bibliomed). O cérebro das pessoas totalmente cegas reprograma a parte associada com a visão para processar sons, aponta estudo da Universidade de Montreal, no Canadá. Os cientistas, coordenados por Dr. Olivier Collignon, compararam a atividade cerebral de pessoas que podem ver com a atividade cerebral de pessoas que nasceram cegas e descobriram que a parte do cérebro que normalmente trabalha com os olhos para o processo da visão e da percepção do espaço pode reinventar-se e passar a processar a informação sonora.

Estudos anteriores provaram que os cegos têm maior capacidade de processar os sons como parte de sua percepção espacial. Collignon explica que “embora vários estudos tenham mostrado que as regiões occipitais de pessoas que nasceram cegos possam estar envolvidas no processamento não-visual, só recentemente começou-se a estudar se a organização funcional do córtex visual observado em indivíduos com visão normal é mantida na região occipital dos cegos”.

O córtex visual é responsável por processar a visão, sendo que cada pessoa tem um no hemisfério esquerdo e outro no direito do cérebro, estando localizados no lóbulo occipital. "Nossos estudos revelam que algumas regiões do fluxo dorsal occipital direito não requerem uma experiência visual para desenvolver uma especialização para o processamento da informação espacial, sendo funcionalmente integradas na rede cerebral preexistente dedicada a esta capacidade," diz Collignon.

Os cientistas afirmam que a nova pesquisa mostra que o cérebro deve ser visto mais como uma máquina orientada por funções do que uma máquina sensorial pura. Essa capacidade do cérebro de alterar-se organicamente como resultado de uma experiência é conhecida como plasticidade. Quando não recebe sinais suficientes para o desenvolvimento daquele sentido, o cérebro transfere os neurônios originalmente programados para aquela função para os sentidos remanescentes.

Fonte: Diário a Saúde, 31 de março de 2011

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