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24 de setembro de 2010 (Bibliomed). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve se reunir na próxima semana para decidir se restringe a comercialização do Avandia, remédio usado no tratamento do diabetes tipo 2. Recentemente, esse medicamento foi retirado do mercado na Europa e teve sua prescrição restrita nos Estados Unidos, com base em evidências que apontavam para o aumento do risco de eventos cardiovasculares, incluindo infarto e derrame.
No início deste mês, a Agência Europeia de Medicamentos anunciou que um painel independente de especialistas havia concluído, com bases em pesquisas científicas, que o Avandia - remédio fabricado pela farmacêutica GlaxoSmithKline - aumenta os riscos de ataque cardíaco, e recomendou sua retirada do mercado. Considerando essas evidências, a comercialização do medicamento foi banida na Europa, enquanto a FDA (agência reguladora dos EUA) decidiu pela restrição de sua prescrição médica - apenas para pacientes que não conseguirem controlar o açúcar no sangue com outros remédios, e com os médicos registrando que o paciente sabe dos riscos associados.
O endocrinologista Leão Zagury, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes, destaca que, apesar de não ver muitos problemas no Avandia, respeita a decisão das agências da Europa e dos EUA. E, segundo o médico, caso o medicamento saia de circulação no Brasil, os pacientes não serão prejudicados. "Se retirarem a droga do mercado, vamos utilizar outras no tratamento dos diabéticos. Hoje, existem muitos remédios para controlar o nível de açúcar no sangue", explicou o especialista, acrescentando que o Avandia não está entre os remédios mais vendidos no país para tratar o diabetes.
Pressão crescente nos EUA
Pela segunda vez, em três anos, a FDA decide manter o Avandia no mercado, apesar da pressão crescente para o banimento do remédio por parte de especialistas, políticos e até de cientistas que trabalham na própria agência.
A droga foi aprovada em 1999 nos EUA e se tornou o comprimido mais vendido contra diabetes no mundo. Entretanto, seu uso despencou desde que uma análise em 2007 ligou o remédio ao risco de infarto. Em julho deste ano, um painel de 33 especialistas votou em 20 a 12 pela manutenção do Avandia no mercado americano. No entanto, entre os que votaram pela manutenção do remédio, metade defendeu que ele deveria estar disponível com restrições.
Críticos da FDA consideram a decisão sobre o Avandia um teste para as lideranças indicadas pelo presidente Obama para a agência, que prometia endurecer as regulamentações depois de uma série de problemas com a segurança de remédios no governo anterior.
Fonte: US Food and Drug Administration. 23 de setembro de 2010.
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