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São Paulo, 28 de Dezembro de 2000(eHLA). Desde julho deste ano, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVS) que retirasse os medicamentos à base de cisaprida do mercado brasileiro. O Idec alerta os consumidores que remédios à base de cisaprida podem matar. O medicamento pode causar vários problemas a quem o utiliza, como palpitações, taquicardias, desmaio, parada cardíaca, podendo levar a morte. O consumidor pode encontrá-lo com o nome de Prepulsid, Cinetic, Cisapan, Cisapride, Enteropride, Kineprid e Pangest.
O Idec acusa a Agência de estar protegendo a indústria farmacêutica. “Embora a nova resolução da ANVS contra-indique o uso de cisaprida, é difícil mudar a prática médica, sujeita a todas as pressões e desinformações da indústria”, alerta Vicente Pimenta, do conselho diretor do Idec. Segundo ele, a falta de informação e fiscalização é o principal motivo para que a Vigilância Sanitária pare de liberar esses medicamentos e evite mortes desnecessárias.
A cisaprida é usada para tratar refluxo gastroesofágico, esofagite e gastroparesia, quadros que causam azia e dor. Os pacientes devem buscar, junto aos médicos, remédios alternativos que substituam a cisaprida. Para esses casos, é indicado modificar hábitos alimentares ou tratar-se com outros remédios feitos à base de cimetidina ou omeprazol.
Os problemas causados pelo medicamento são bem conhecidos pelos especialistas. Incluem palpitações, taquicardias, desmaio, parada cardíaca e até morte. Desde 1992 são relatados casos de problemas cardíacos associados ao seu uso. Até dezembro de 1999, a FDA, Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, anunciou 341 casos de arritmia cardíaca, entre os quais 80 óbitos. Todos casos vinculados com o uso de cisaprida. Estima-se que as informações sobre reações adversas aos medicamentos à base de cisaprida mostrem apenas uma pequena parte do total de doenças e de mortes.
Os problemas cardíacos ocorrem com maior freqüência quando o produto é utilizado com medicamentos contra micose, como cetoconazol, fluconazol, itraconazol e outros, ou com alguns tipos de antibióticos, como eritromicina ou claritromicina. Já foram descobertos problemas parecidos com alguns medicamentos usados contra AIDS.
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