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Crianças que convivem com violência doméstica são mais propensas à obesidade, diz estudo

09 de junho de 2010 (Bibliomed).  As crianças pequenas cujas mães são abusadas por seus parceiros têm maior risco de se tornarem obesas, segundo novo estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. E, de acordo com os autores, quanto mais vezes ocorrem esses abusos e violências, maiores os riscos de as crianças pré-escolares, especialmente as meninas, ganharem peso em excesso.

A ligação entre as adversidades na infância e problemas de saúde física e emocional na idade adulta tem sido demonstrada por diversos estudos, mas este é o primeiro a sugerir uma conexão entre a violência contra as mães e a obesidade de crianças pequenas. “É sempre triste ver o vasto impacto que as adversidade no início da vida podem ter sobre os resultados de saúde em longo prazo”, destacou a pesquisadora Renee Boynton-Jarrett, líder do estudo.

Entrevistando as mães de 1,6 mil crianças nascidas entre os anos de 1998 e 2000 e medindo altura e peso dos pequenos, os pesquisadores descobriram que as crianças cuja mãe tinha sido cronicamente abusada pelo parceiro no período tinham 80% mais chances de serem obesas aos cinco anos. E os resultados indicaram que essa associação entre a exposição à violência doméstica e a obesidade infantil era mais forte entre as meninas e as crianças que viviam em vizinhanças “menos seguras”.

De acordo com os autores, os resultados ocorriam independentemente de outros fatores associados à obesidade infantil, incluindo dieta, tempo em frente à TV, peso ao nascer, depressão materna e tabagismo na gestação. Além disso, eles destacaram que essa associação estaria presente em populações de diversos níveis socioeconômicos e com escolaridade variada.

Baseados nas descobertas, os especialistas ressaltam que as intervenções para prevenção da obesidade infantil devem considerar o impacto da violência doméstica - considerada, pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, um sério problema nos Estados Unidos, afetando cerca de 5 milhões de mulheres por ano no país. “Se pudermos combinar os dois esforços em alguns aspectos, poderemos fazer um trabalho melhor de prevenção ao início precoce da obesidade. Melhorar a segurança da comunidade pode também ajudar a reduzir a obesidade infantil”, concluíram.

Fonte: Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine. Junho de 2010.

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