Notícias de saúde
Por Maggie Fox
BETHESDA, EUA (Reuters) - Os cientistas envolvidos na leitura do "livro da vida" -- o genoma humano -- ainda têm anos pela frente em seu trabalho. No entanto, algumas revelações surpreendentes estão sendo feitas rapidamente, afirmou o chefe do projeto na segunda-feira.
Como muitos cientistas estão se dedicando para tornar públicas suas descobertas sobre a informação genética humana, um grande número de pequenas alterações que tornam uma pessoa diferente da outra -- conhecidas como polimorfismos de um nucleotídeo único (SNPs, para single nucleotide polymorphisms) -- foi identificado.
No final de junho, o Projeto Genoma Humano e a empresa Celera Genomics anunciaram a conclusão do sequenciamento do genoma humano: a coleção de todo o material genético humano.
Isso, no entanto, significa simplesmente que eles têm o código que compõe os genes. Eles não sabem ainda onde todos os genes estão ou até mesmo quantos genes existem. "Cerca de 25 por cento do genoma está na forma finalizada", disse Francis Collins, chefe do Instituto de Pesquisa Nacional de Genoma Humano (NHGRI), que está coordenando o consórcio público do Projeto Genoma Humano, durante um encontro do Conselho Assessor Nacional para Pesquisa de Genoma Humano.
"Mesmo com uma sequência do genoma perfeita na nossa frente, ainda estaremos perguntado o que é um gene", afirmou Collins. "Estimar quantos genes existem levará tempo."
O Projeto Genoma Humano planeja realizar uma publicação em conjunto com a Celera no final do ano. Provavelmente em dezembro, de acordo com um porta-voz.
Não se sabe ainda que informações serão publicadas, em parte, porque os cientistas estão colocando suas informações do genoma à disposição na Internet logo que as obtêm.
Segundo Collins, a boa notícia é que o acesso a essa informação ajudou equipes de cientistas a descobrir muitos SNPs diferentes. "Os SNPs têm sido colocados no banco de dados público", disse Collins.
Mais de 800.000 SNPs foram identificados, afirmou Collins. Dos 800.000, 300.000 eram do Consórcio SNP público e privado, que acelerou seu programa.
Collins disse que mais SNPs serão descobertos. "Podemos esperar outro depósito maior nos próximos meses", afirmou Collins.
Até agora, o consórcio não relacionou um único SNP a qualquer característica em particular. Para determinar o câncer, olhos azuis ou pele mais escura, é necessária mais de uma diferença genética. No entanto, pesquisadores do consórcio estão utilizando a informação de SNP para descobrir genes associados a doenças desde dor de cabeça até Alzheimer.
Com esse conhecimento em mãos, há o risco de uso impróprio e Collis afirmou que o Congresso norte-americano ainda se divide em relação à legislação que protege melhor as pessoas. "Acredito que há um consenso geral de que algo precisa ser feito para impedir que empregadores usem (esta informação)", disse Collins.
Ele destacou, no entanto, que resta pouco tempo para passar uma lei que iria impedir que seguradoras e empregadores de utilizar o sequenciamento genético das pessoas contra elas.
Sinopse preparada por Reuters Health
Copyright © 2000 Reuters Limited. All rights reserved. Republication or redistribution of Reuters Limited content, including by framing or similar means, is expressly prohibited without the prior written consent of Reuters Limited. Reuters Limited shall not be liable for any errors or delays in the content, or for any actions taken in reliance thereon.
Veja também