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Por Stephen Pincock
NOVA ORLEANS (Reuters Health) - Os médicos norte-americanos parecem estar atentos à recomendação de que receitar muito antibiótico pode ser prejudicial, anunciou uma pesquisadora do governo durante um encontro realizado na cidade norte-americana de Nova Orleans.
A pesquisadora apresentou os resultados de um levantamento realizado entre 1989 e 1998, que mostrou uma queda significativa na frequência com que os médicos prescrevem antibióticos para doenças infantis comuns, como garganta inflamada e infecções no ouvido.
A prescrição abusiva de antibióticos tem sido considerada responsável pela propagação de bactérias resistentes a essas drogas, que se tornam mais difíceis de tratar.
Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), começaram uma campanha em 1995 para tentar frear o uso abusivo de antibióticos, especialmente entre médicos que tratam crianças.
"Nosso levantamento sugere que os clínicos estão entendendo a mensagem", informou Linda F. McCaig, do CDC, em Atlanta (Geórgia). A pesquisadora disse à Reuters Health que a preocupação da mídia com o aumento de bactérias resistentes a antibióticos provavelmente também tenha contribuído para a redução das prescrições.
A equipe de McCaig usou dados de um levantamento feito com 2.500 médicos sobre suas práticas entre 1989 e 1998. Os médicos foram perguntados sobre a prescrição de antibióticos para infecções do ouvido, bronquite, sinusite e inflamação da garganta em crianças menores de 15 anos. McCaig apresentou os resultados no 38o. Encontro Anual da Sociedade de Doenças Infecciosas da América.
Em geral, os pesquisadores verificaram que o número de prescrições de antibióticos para crianças caiu em cerca de 25 por cento entre 1989 e 1998.
Entre 1989 e 1990, cerca de 330 prescrições de antibióticos foram feitas para cada mil consultas. Entre 1997 e 1998, a taxa foi de 249 prescrições por mil consultas.
"Acreditamos que tivemos um efeito na prescrição para bronquite e infecção do trato respiratório superior, pois normalmente são causados por vírus e não respondem a antibióticos", disse McCaig.
"Como existe um teste para infecção na garganta por streptococos (um tipo agudo de infecção), também foi mais fácil mudar as práticas de prescrição dos médicos para faringite."
Outros estudos mostraram que muitas crianças atendidas para tratamento de gripe comum deixaram o consultório médico com receitas de antibióticos desnecessárias.
"As pessoas precisam saber que, se a infecção for causada por um vírus, o antibiótico não vai curá-la. Nunca deveriam tomar antibiótico para uma gripe e a maioria das bronquites, que é viral também", acrescentou McCaig.
Sinopse preparada por Reuters Health
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