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Doença de Parkinson Pode Afetar Nervos Fora do Cérebro

WASHINGTON (Reuters) - A doença de Parkinson, provocada pela perda de certas células cerebrais, pode afetar nervos em outros órgãos do corpo, afirmaram pesquisadores na segunda-feira.

David Goldstein, do Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame (Ninds), disse que a descoberta pode afetar o modo como a doença é tratada e, eventualmente, levar à compreensão de suas causas.

Goldstein descobriu que pacientes com Parkinson não apresentavam ausência de somente algumas células cerebrais-chave, mas também faltavam terminações nervosas no coração.

"Esta é uma idéia sedutora, o que seja que está causando a perda de nervos simpáticos no coração, também está causando a perda de células produtoras de dopamina...no cérebro", disse Goldstein.

A doença de Parkinson -- que se caracteriza por episódios de congelamento, ausência de controle motor e paralisia -- afeta cerca de uma em cada 100 pessoas entre 65 anos e uma em 50 pessoas entre 80 anos em todo o mundo.

Não existe cura para a doença e os tratamentos duram somente alguns anos antes de começar a contribuir para os sintomas debilitantes.

Os sintomas da doença são provocados pela perda de células em uma certa parte do cérebro que produz dopamina -- uma substância química importante na transmissão de mensagens, ou neurotransmissor, relacionada ao movimento.

Até agora, ninguém descobriu porque essas células são destruídas em primeiro lugar. Em seu estudo, Goldstein não estava em busca de uma resposta para essa questão.

Na verdade, ele estava estudando pacientes com insuficiência do sistema nervoso simpático, que afeta a pressão sanguínea, a frequência de pulso, o suor e outras respostas automáticas ao estresse.

Um sintoma-chave desse problema é a hipotensão ortostática -- uma queda na pressão sanguínea que ocorre quando a pessoa se levanta. O sintoma foi descrito em associação com a doença de Parkinson e, em alguns casos, foi relacionado às drogas usadas para tratar Parkinson.

Goldstein descobriu, no entanto, que essa queda na pressão sanguínea foi associada à perda das terminações nervosas simpáticas. Essas terminações nervosas produzem um neurotransmissor que está relacionado à dopamina, chamado noradrenalina.

Em artigo na Annals of Internal Medicine, Goldstein afirmou que utilizou imagens de tomografia com emissão de pósitrons (PET) para detectar a perda dessas terminações nervosas no coração. O pesquisador observou que quase todos os 29 pacientes com Parkinson apresentavam esta perda, mesmo se eles não tinham os sintomas de pressão sanguínea.

Sinopse preparada por Reuters Health

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