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Cientistas Veêm Cérebro de Portadores da Síndrome de Tourette

Por Penny Stern

NOVA YORK (Reuters Health) - Os tiques de voz e movimentos da síndrome de Tourette - incluindo o grito de palavras e manifestações de dor ou raiva - deixaram pesquisadores intrigados e perplexos por muitos anos. Mas, uma equipe internacional de pesquisadores relata os resultados de uma investigação da atividade cerebral associada a este distúrbio.

Emily Stern e David Silbersweig, da Escola Médica Weill, da Universidade Cornell, em Nova York, em conjunto com pesquisadores na Inglaterra e Austrália, conseguiram visualizar o cérebro utilizando tomografia com emissão de pósitrons (PET) enquanto aconteciam os tiques.

Os pesquisadores descobriram que os tiques coincidiam com atividade em certas regiões cerebrais incluindo os gânglios basais, partes do córtex pré-frontal, o córtex sensorial-motor e a área de Broca, de acordo com um estudo da edição de agosto de Archives of General Psychiatry.

Stern e Silbersweig observam que estas áreas estão envolvidas no controle de diversos aspectos do movimento, da fala e do comportamento.

"A atividade nestas regiões pode, portanto, ajudar a explicar como, normalmente, os pacientes apresentam uma vontade irresistível de fazer movimentos e vocalizações muito específicos", disseram os pesquisadores.

Em última instância, estas imagens detalhadas do cérebro podem ser úteis no "desenvolvimento de estratégias terapêuticas adicionais" para o distúrbio, afirmam os pesquisadores. As descoberta também podem ajudar a reduzir o estigma associado à doença, "o público em geral irá perceber o que pacientes com distúrbios comportamentais ou mentais sofrem por causa de disfunção cerebral análoga a qualquer condição médica".

Um comentário acompanhando o estudo, Orrin Devinsky, da Universidade Nova York- Centro Escola de Epilepsia Mount Sinai, em Nova York, escreve que a pesquisa "é um triunfo técnico: novos recursos aplicados com criatividade engenhosa".

Ele destaca que "os tiques ativam uma grande extensão do córtex, incluindo redes envolvidas na motivação, na emoção, em funções executivas, no movimento, na linguagem e na atenção" e levantam uma questão intrigante "o que não foi ativado durante os tiques?...Pode a insuficiência 'conter a identidade' que caracteriza muitos tiques e impulsos associados à síndrome de Tourette e apontar mais em direção a uma área inativa do que ativa?"

Devinsky diz que "(ainda) esperamos respostas sobre a síndrome de Tourette".

Sinopse preparada por Reuters Health

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