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BOSTON (Reuters) - Um ano após a segunda cirurgia de transplante de mão, o paciente já pode sentir temperatura, pressão e dor, além de escrever, virar páginas de jornal, jogar uma bola de baseball e amarrar cadarços de sapato, informou um estudo da edição de quinta-feira do New England Journal of Medicine.
A operação foi realizada em 24 de janeiro de 1999, no Hospital Judaico de Louisville, em Kentucky. Um homem de 38 anos recebeu a mão esquerda de um cadáver de um outro homem de 58 anos. Em uma avaliação, a equipe coordenada pelo Dr. Jon Jones afirmou que os resultados "demonstram que o sucesso precoce do transplante pode ser atingido com o uso de drogas imunossupressoras disponíveis", que previnem que o corpo rejeite a nova mão. Segundo o Dr. Jones e sua equipe, um ano após o transplante o paciente conseguia jogar uma bola de baseball, segurar um bastão de peso leve, virar páginas de um jornal, amarrar cadarços de sapato, escrever e segurar peças dos jogos de dama ou de pôquer.
Antes da operação, com uma prótese apenas, o paciente não conseguia realizar qualquer uma destas atividades. O homem também pôde experimentar sensações de temperatura, pressão e dor.
Por um lado, a operação não é nova. Cirurgiões têm recolocado membros dilacerados desde 1964. Entretanto, o uso de membros de um cadáver representa um desafio médico extra, pois o sistema imunológico do corpo identifica a nova mão como um corpo estranho e tenta atacá-la, causando a rejeição do novo membro. A" é que agem as poderosas drogas imunossupressoras, que suprimem o sistema imunológico.
Neste caso, ocorreram três episódios de rejeição, que foram vencidos graças à utilização de uma variedade de drogas, muitas das quais oferecem graves riscos potenciais.
James Herndon, da Escola Médica de Harvard, disse em um editorial no jornal que, como as drogas podem produzir efeitos colaterais que colocam em risco a vida do paciente, seu uso deveria ser limitado até que medicamentos anti-rejeição mais eficazes sejam desenvolvidos, uma vez que os transplantes de mão não estão entre os necessários para salvar a vida das pessoas. "Minha sugestão de candidato ideal é aquela pessoa que já toma drogas imunossupressoras por outros motivos e acaba perdendo a mão", disse Herndon. "Outra candidata seria a pessoa que perde as duas mãos, especialmente se ela for cega".
O primeiro transplante de mão cujo doador era um cadáver foi feito em 1998, na França.
Sinopse preparada por Reuters Health
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