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Por Tony Cappasso
NOVA YORK (Reuters Health) - Transplantes intestinais tendem a ter mais sucesso se os intestinos do doador forem irradiados antes do procedimento e a medula do doador também for transplantada para o receptor, anunciaram segunda-feira pesquisadores da Universidade de Pittsburgh.
A técnica parece cortar os episódios de rejeição de forma precisa e os cientistas acreditam que o método possa reduzir a necessidade de drogas imunossupressoras em pacientes que fazem transplante intestinal.
A equipe de Kareem Abul-Elmagd anunciou na segunda-feira no Congresso Internacional da Sociedade de Transplante em Roma, Itália, que a dupla técnica parece eliminar completamente os episódios de rejeição nos primeiros meses depois do transplante intestinal.
Abu-Elmagd, professor associado de cirurgia e diretor de transplante intestinal na Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, relatou os resultados de cinco pacientes que receberam intestinos irradiados e medula como parte do transplante de intestino delgado e outros transplantes intestinais.
Conforme o pesquisador, enquanto a cirurgia estava em andamento, os clínicos expuseram os intestinos do doador a baixas doses de radiação. Depois transplantaram o órgão e passaram a medula do doador para os pacientes. Abu-Elmagd relatou que nenhum dos pacientes teve evidência de rejeição por até quatro meses.
O pesquisador também relatou o caso de dois pacientes que não fizeram o transplante de medula e receberam transplante intestinal em que os órgãos não foram irradiados. Os dois pacientes tiveram episódios típicos de rejeição nas primeiras semanas depois dos transplantes.
Conforme Abu-Elmagd, cerca de 84 por cento dos pacientes de transplante intestinal que não receberam órgãos irradiados e transfusão da medula do doador tiveram pelo menos um episódio de rejeição.
Os intestinos foram um dos primeiros órgãos transplantados com sucesso em experiências animais mas os últimos em humanos, disse Abu-Elmagd em entrevista à Reuters Health.
"É porque os intestinos são cheios de tecido linfóide", informou o pesquisador. O tecido linfóide contém células sanguíneas brancas que estimulam o sistema imune do receptor para atacar o intestino transplantado ou atacam o sistema imune do receptor, um distúrbio que os médicos chamam de doença do enxerto versus hospedeiro.
Conforme Abu-Elmagd, o motivo exato de porque a combinação de irradiação dos órgãos e a transfusão da medula do doador reduzem a rejeição dos órgãos transplantados permanece não muito claro. A teoria mais corrente é que o efeito resulta das mudanças no sistema imune do receptor.
Se outros trabalhos confirmarem a descoberta desse pequeno estudo, o problema da rejeição em transplantes intestinais, principal questão nessas operações, poderia ser reduzido.
"Mesmo com tacrolinus (última novidade em droga anti-rejeição) pacientes com transplante intestinal sofrem numerosos episódios de rejeição e são suscetíveis a infecções por causa da grande dose da droga. Com essa pesada imunossupressão, podem sucumbir à infecção e morrer", disse Abu-Elmagd.
Sinopse preparada por Reuters Health
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