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Estudo relaciona mortes e mudanças no clima em São Paulo

06 de Junho de 2003 (Bibliomed). As alterações causadas pelas ondas de calor e de frio afetam diretamente a saúde da população e são responsáveis por um aumento no índice de mortalidade. A conclusão é de um estudo epidemiológico inédito realizado em São Paulo pelo professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, Nelson da Cruz Gouveia.

A pesquisa durou dois anos e foi concluída em 2002. Nesse período, o pesquisador analisou as mortes ocorridas em São Paulo entre os anos de 1991 e 1994 e percebeu que as variações bruscas na temperatura afetam pessoas de todas as idades, especialmente os idosos. A condição sócio-econômica não pareceu afetar a taxa de mortalidade.

Para cada aumento de 1°C na temperatura ambiente acima de 20° C o pesquisador observou um aumento de 1,5% na mortalidade geral em adultos, de 2,6% em crianças e de 2,5% em idosos. Para cada diminuição de 1ºC abaixo de 20°C, houve um aumento de 2,6% da mortalidade de adultos, 4% de crianças e 5,5% de idosos. As temperaturas mais frias estiveram associadas com mortalidade total e por doenças respiratórias e cardiovasculares, com efeitos maiores para causas respiratórias. Nas temperaturas mais altas, o efeito foi semelhante para as diferentes causas.

Para o pesquisador o efeito das variações de temperatura tem grande importância do ponto de vista da saúde pública, uma vez que, em diversas partes do planeta, ocorrerão com maior freqüência e intensidade as chamadas ondas de calor e de frio, ou seja, períodos curtos com temperaturas extremas, como conseqüência das mudanças climáticas globais. “Desse modo, sob o ponto de vista da saúde pública, é importante conhecer melhor o impacto imediato da temperatura ambiente na saúde da população”, ressaltou.

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