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Diagnóstico da saúde bucal no Brasil fica pronto em setembro

05 de Junho de 2003 (Bibliomed). A saúde bucal dos 170 milhões de brasileiros está na mira do Ministério da Saúde, que designou cerca de 1,5 mil técnicos (dentistas da rede pública de saúde e profissionais contratados através de convênios firmados entre o Ministério e universidades) para traçar um diagnóstico completo da área. A expectativa é que mais de 127 mil pessoas sejam examinadas até agosto, em 250 municípios – 50 em cada uma das cinco regiões brasileiras.

O primeiro estudo desse tipo realizado no Brasil foi em 1986. Dez anos depois, o Ministério da Saúde reavaliou a saúde bucal da população, mas os dados foram coletados apenas nas 27 capitais do país. O levantamento atual será feito por amostragem e dará um amplo diagnóstico da situação. Os dados serão apresentados em setembro. O projeto Saúde Bucal – Século 21 custará cerca de R$ 880 mil.

Em 1996, constatou-se que as crianças de 12 anos tinham em média 3,06 dentes cariados, perdidos ou obturados – acima dos parâmetros adotados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabeleceu para o início do século 21 um coeficiente igual ou menor que 3. O estudo revelou ainda que a cada grupo de quatro brasileiros com 60 anos ou mais, três eram desdentados. Desses, 40% não usavam prótese dentária e os 60% restantes usam próteses mal adaptadas, que podem causar desconforto, problemas de fala e respiração e até doenças graves, como o câncer de boca.

Outro dado preocupante foi a incidência das chamadas doenças periodontais, ainda considerada alta em todas as idades. O índice dessas enfermidades bucais variou de 72% no grupo etário de 15-19 anos até 90% no grupo de 45-49 anos. A região Norte apresentou os piores desempenhos. Aquele estudo mostrou que menos da metade da população (43,31%) tinha acesso à água fluoretada, medida obrigatória por lei e apontada por especialistas como a solução mais eficaz para os problemas de saúde bucal em curto prazo, capaz de reduzir em até 60% a incidência de cárie dentária em qualquer faixa etária, além de ser barata – custa R$ 1 por habitante/ano.

O levantamento de 1986 indicou que há uma perda rápida da saúde dos dentes à medida que a idade avança – entre 40 e 44 anos, os brasileiros mantêm apenas 30% dos dentes sadios e a necessidade de prótese total aumentou de 10% no grupo de 20-24 anos para, 20% na faixa de 30-34, atinge 80% entre 60-64 anos, e chega à quase totalidade (98%) no grupo de pessoas com mais de 75 anos.

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