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Arroz enriquecido com ferro ajuda a controlar anemia entre crianças

30 de Abril de 2003 (Bibliomed). Metade das crianças de seis meses a três anos no Brasil tem sua capacidade cognitiva e motora comprometidas pela anemia. Mas a incidência da doença pode diminuir em cerca de 16% com o uso de arroz suplementado com ferro. Foi o que indicou a dissertação “Consumo de arroz fortificado com ferro, no controle da anemia. Estudo entre pré-escolares”, apresentada no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada da Universidade de São Paulo (Pronut/USP), em abril deste ano, pela nutricionista Raquel Parra Marchi.

A pesquisa foi realizada entre março e junho de 2002 em duas creches dos municípios de Mogi das Cruzes e Poá, na Grande São Paulo. No início do estudo, 41% das 64 crianças tinham anemia, com taxas entre 9,5 e 11 gramas de hemoglobina por decilitro de sangue. O estado de normalidade é definido por uma concentração 11g por decilitro ou mais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Três meses depois da intervenção, um novo exame de sangue indicou um declínio para 25% de proporção da deficiência. Da amostra inicial, 24 crianças foram excluídas da pesquisa por apresentarem anemia grave (índices de hemoglobina abaixo de 9,5 g por decilitro).

A suplementação do arroz foi feita com o ferro bisglicina quelato, um composto do elemento que, segundo a nutricionista, apresenta uma absorção pelo organismo quatro vezes superior a outros compostos e não altera as características do alimento. A quantidade per capita de arroz foi de 60g, com 1,3 mg de ferro quelato. A concentração representa 19% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) para crianças de 1 a 3 anos, e 12% para os lactentes. Do ferro ingerido, 13% é retido pelo organismo. Assim, foram assimilados cerca de 0,17 mg do nutriente por dia, o que corresponde a 22% da necessidade de ferro do pré-escolar.

A nutricionista explicou que o ferro é um nutriente essencial em processos vitais como transporte de oxigênio e síntese de proteínas, e que não existe risco de intoxicação, por ser absorvido conforme sua necessidade. “É uma excelente alternativa de intervenção, porque o arroz é um alimento básico, amplamente consumido e presente regularmente nas refeições da população brasileira”, defendeu.

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