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Testes com vacina contra HPV entram em fase final

12 de Março de 2003 (Bibliomed). Já começou a última etapa da pesquisa no Brasil da vacina contra o Papilomavírus humano (HPV), um dos agentes que favorece o desenvolvimento do câncer de colo de útero, doença que mata mais de 200 mil mulheres no mundo, sendo quatro mil no Brasil. A vacina está sendo testada em Campinas, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Salvador, São José do Rio Preto e São Paulo. Mais de duas mil mulheres serão vacinadas.

Os estudos, que se estendem por quatro anos, buscam a criação da vacina contra os quatro tipos mais comuns de HPV (6, 11, 16 e 18), responsáveis por cerca de 70% das infecções causadas pelo vírus. O tumor maligno de colo uterino é o segundo tipo de câncer mais freqüente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama. Devido ao diagnóstico tardio, o Brasil é um dos cinco países mais atingidos pelo vírus.

Durante o estudo, cada voluntária recebe três doses da vacina, além de atendimento ginecológico e acesso a métodos contraceptivos. As despesas com deslocamento até o Hospital e alimentação são custeadas pelo laboratório Merck Sharp & Dohme, que coordena o programa no Brasil. Não há risco das voluntárias desenvolverem a doença, pois a vacina não é composta pelo vírus completo, vivo ou atenuado. Ela contém apenas partículas sintéticas que simulam o HPV e provocam a reação imunológica do organismo.

Até o final de março, o Laboratório de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG) estará recrutando 50 mulheres para participarem da pesquisa que testa vacina. As voluntárias devem ter idade entre 16 e 23 anos, não podem estar grávidas, nem pretender engravidar nos próximos seis meses, e não devem ter detectado verrugas na região genital ou no ânus, nem ferida no colo uterino. Elas se juntarão a outras 50 que já foram vacinadas. Informações: (31) 3248-9485/9484.

O HPV é o agente responsável pela infecção genital mais freqüente nas mulheres sexualmente ativas. Existem vários tipos de HPV, transmitidos principalmente através do sexo sem proteção ou do contato entre diferentes partes do corpo, como boca e língua. A infecção pelo HPV caracteriza-se pela presença de verrugas, papilas ou bolinhas na região genital, tanto do homem quanto da mulher, causando coceira intensa, corrimento, dor, ardor e até sangramentos vaginais. Tumores malignos no colo do útero, vulva, pênis ou ânus podem ser encontrados em algumas pessoas infectadas pelos HPVs de alto risco. Por enquanto, a doença é prevenida apenas pelo exame de Papanicolau, procedimento ginecológico que deve ser feito periodicamente.

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