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Dois drinques já são suficientes para prejudicar julgamento

14 de Novembro de 2002 (Bibliomed). Dois drinques já são suficientes para prejudicar a capacidade de julgamento de uma pessoa, afirmaram pesquisadores da Universidade de Amsterdã, na Holanda. A equipe de Richard Ridderinkhof monitorou uma área cerebral muito envolvida na capacidade de julgamento chamada córtex cingulado anterior, e observou que, com um nível de álcool no sangue de 0,04%, o reflexo do cérebro pára de funcionar adequadamente e as pessoas deixam de perceber que cometeram um erro. Essa taxa é atingida com o consumo de duas taças de vinho, duas latas de cerveja ou duas doses pequenas de destilados em uma hora. Os cientistas testaram 14 homens que bebiam socialmente.

Alguns participantes receberam vinho sem álcool e outros receberam bebida suficiente para elevar os níveis de álcool no sangue para 0,04%. Um terceiro grupo de voluntários recebeu uma versão mais forte de vinho capaz de deixá-los bêbados, com 0,10 % de álcool no sangue. Depois de beber, os voluntários realizaram um teste de computador, que envolvia reagir a uma seta na tela do monitor. Os pesquisadores observaram que os participantes que ingeriram álcool cometeram mais erros, e que o cérebro deles não conseguiu reagir a esses erros. Segundo Ridderinkhof, os voluntários com níveis de 0,04% apresentaram quase a mesma quantidade de erros quanto os que tinham 0,10%.

De acordo com Ridderinkhof, as mulheres atingem esse nível ainda mais rápido e, no geral, ficam mais debilitadas em qualquer nível comparadas aos homens. Estudos demonstram que até mesmo um drinque pode retardar a reação de uma pessoa e que adultos que têm álcool no sangue cometem mais erros em diversas tarefas, como no trânsito. Ainda assim, na maioria dos países o nível de 0,04% não é considerado embriaguez. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de 8 de novembro da revista Science.

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