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Cientistas identificam região do cérebro afetada pela dislexia

14 de Agosto de 2002 (Bibliomed). Pesquisadores americanos descobriram que, em crianças com dislexia, a área do cérebro que auxilia os novos leitores a compreender as palavras está lesada. Apesar de terem inteligência e visão normais, as pessoas afetadas pela dislexia apresentam dificuldade para ler, escrever e soletrar. A causa exata do distúrbio de aprendizagem é desconhecida, embora se acredite que o problema possa ter origem genética.

Na tentativa de compreender melhor o distúrbio, a equipe de G. Reid Lyon, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos, em Bethesda (Maryland), avaliou exames de imagens do cérebro em funcionamento de 70 crianças disléxicas e de 74 pessoas sem dificuldade para leitura. Todos os voluntários tinham idade entre 7 a 18 anos. Enquanto realizavam várias tarefas de leitura e de compreensão de sons, eles foram submetidos a um exame cerebral chamado ressonância magnética funcional.

Os pesquisadores observaram que as pessoas sem dificuldade para ler apresentaram ativação da parte posterior do cérebro, enquanto entre os pacientes com dislexia a atividade dessa região mostrou-se significativamente reduzida. Os exames de crianças disléxicas mostraram atividade maior nas regiões frontal e lateral do cérebro. "Esses resultados mostraram evidências neurobiológicas de que existe uma interrupção subjacente nos sistemas neuronais associados à leitura em crianças com dislexia. Os dados indicaram que isso já é evidente desde muito cedo", concluíram os autores, em artigo publicado na edição de julho da revista Biological Psychiatry.

"Muitos adultos não percebem quão difícil é aprender a ler. A leitura envolve um conceito muito abstrato de que as palavras ouvidas são compostas por sons menores", explicou Lyon. O pesquisador explicou que a capacidade de identificar os sons e de os associar a letras ou palavras é fundamental para leitura.

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