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BRASIL: Pesquisa Mostra Que Dislexia Tem Fatores Biológicos

São Paulo, 20 de Fevereiro de 2001 (eHealthLA). Antes atribuída a fatores socioculturais como educação inadequada, a dislexia, dificuldade de leitura que afeta 10% da população mundial, comprova cada vez mais sua origem biológica.

Pesquisadores do Centro Georgetown, nos Estados Unidos, observaram diferenças na zona cerebral responsável pelo movimento e funções visuais.

No estudo foi comprovado que as áreas do cérebro responsáveis pela leitura são as mesmas que processam o movimento visual.

Portanto, acredita-se que a dislexia seja uma deficiência na percepção visual na hora de decodificar os símbolos gráficos.

Método

Utilizando imagens de ressonância magnética funcional (fMRI), que registram a hemodinâmica (movimentação do sangue), os cientistas mapearam as partes do cérebro que falham ou funcionam em portadores de dislexia.

Resultados da Universidade de Georgetown mostram que o distúrbio afeta principalmente a parte esquerda do cérebro e, mais importante, que as áreas envolvidas também participam da percepção do movimento visual.

Essa tecnologia não invasiva (não causa efeitos colaterais conhecidos nos pacientes) pode ser usada para detectar cada vez mais cedo a dislexia, em geral identificada apenas na alfabetização.

Como Identificar

A dislexia é uma anormalidade no processamento das palavras, como na passagem da palavra escrita para a falada. Disléxicos têm inabilidade em decodificar e organizar o conjunto de letras. Considerada uma disfunção dos mecanismos neurológicos, tudo indica que a dislexia seja genética.

"O distúrbio se apresenta mais em meninos, na proporção de 2 para 1", explica o neurologista Luiz Celso Pereira Vilanova, da Universidade Federal de São Paulo. São conhecidos vários casos de mais de um disléxico numa mesma família.

Lentidão na aprendizagem, leitura fragmentada, letra ruim, palavra escrita de uma forma muito estranha, dificuldade de soletrar, não reconhecimento das palavras e troca de letras com sons ou grafias parecidas. Estes podem ser alguns dos sinais. Mas o médico alerta: nem toda demora no aprendizado é sintoma de dislexia.

"Problemas emocionais podem acarretar quadros muito parecidos", explica Vilanova. Para evitar diagnósticos errados, a criança deve ser examinada por especialistas.

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