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11 de Maio de 2000 (Bibliomed). Médicos estão enfrentando um aumento alarmante do número de derrames entre os jovens usuários de cocaína, anfetaminas ou Ecstasy, conforme divulgarão pesquisadores na edição deste sábado do British Medical Journal (BMJ).
Estas drogas podem causar hemorragia cerebral em pessoas que têm problemas arteriais, alertam cientistas do Hospital Nacional de Londres Para Neurologia
e Neurocirurgia.
"A pandemia do uso de cocaína na sociedade ocidental está mostrando
indícios de sua associação com a hemorragia cerebral", escreveram os
pesquisadores. "Está se tornando evidente que o uso abusivo de cocaína por
pessoas com anormalidades vasculares pode levar à hemorragia".
A equipe informa que, nos últimos sete meses, tratou 13 usuários de drogas
que tiveram derrame, sendo que 12 deles sofriam de malformação nas artérias
cerebrais. Deste grupo, quatro morreram, um ficou com graves problemas no
cérebro e os outros se recuperaram, após a cirurgia.
Os derrames acontecem quando um vaso do cérebro estoura, causando a morte
das células cerebrais ao redor, por falta de oxigênio. Dependendo da dimensão
da hemorragia, as conseqüências podem ser perda de memória, invalidez, coma ou
até a morte.
Os derrames são raros entre os jovens e, quando acontecem, geralmente são
provocados por problemas no coração ou no sistema sangüíneo.
Os autores do estudo alertaram os médicos para estarem atentos a sintomas
precoces que poderiam ser causados pelo uso de drogas. Jovens que têm fortes
dores de cabeça após usar anfetaminas, Ecstasy ou cocaína poderiam ser mais
vulneráveis a um derrame.
O relatório que será publicado no BMJ é o mais recente a destacar os
efeitos letais destas drogas no sistema cardiovascular dos jovens e,
aparentemente, saudáveis.
John Henry, um especialista do Hospital St. Mary's, em Londres, acredita
que até 10% dos pacientes que chegam na sua sala de emergência com dores no
peito usaram cocaína em excesso.
Calcula-se que de 25 milhões a 30 milhões de americanos já consumiram
cocaína e de cinco milhões a seis milhões recorrem à droga regularmente,
segundo os pesquisadores britânicos, que acrescentam que o uso de drogas
assumiu proporções "epidêmicas" nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.
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