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Lotes de vacina contra hepatite A apresentam falhas

Belo Horizonte, 20 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). Quem tomou a vacina contra a hepatite A nos últimos anos deve ficar atento. Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que nove lotes fabricados pelo laboratório Merck Sharp & Dohme apresentaram problemas e podem não ter imunizado quem recebeu a dose. A Anvisa estima que 60 mil brasileiros tenham que procurar as clínicas para tomar novamente a vacina contra a hepatite A. Os lotes da Vaqta 25U/0,5 ml apresentaram baixa capacidade de proteção e serão recolhidos em todo o País. A falha no produto, distribuído em diversos países, foi descoberta no fim do ano passado.

Os lotes com problemas eram destinados a crianças e adolescentes. Além do Brasil, a vacina foi dada a usuários dos Estados Unidos, Irlanda, Alemanha, Inglaterra e França, totalizando cerca de 1 milhão de doses. No País, desde o fim de 1999, a Merck Sharp & Dohme distribuiu 117 mil doses. O maior número de vacinas - cerca de 80% - foi distribuído em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os testes sorológicos realizados até agora em algumas pessoas revelaram que apesar da baixa capacidade de proteção da dose, as pessoas vacinadas estavam imunizadas. Entretanto, não há garantia de que o resultado será o mesmo em todos os 60 mil usuários.

A Merck Sharp & Dohme garantiu que a dose não traz riscos para a saúde. Outra garantia do laboratório é de que todas as despesas de hospitais e clínicas, com exames sorológicos ou com a aplicação de novas doses, serão custeadas pela Merck. O laboratório se comprometeu a divulgar a situação, convocando os usuários para receber uma nova dose. A vacina contra a hepatite A não é oferecida na rede pública de saúde.

A proteção oferecida pelas vacinas foi um dos grandes avanços da ciência, que ainda tenta descobrir substâncias capazes de barrar, por exemplo, a Aids. Recentemente, cientistas norte-americanos desenvolveram uma substância que atua contra a bactéria Staphylococcus aureus. A bactéria provoca a forma mais grave de infecção hospitalar e desafia a eficácia de antibióticos. A vacina desenvolvida pelos norte-americanos reduziu em 57% os riscos de contaminação nos pacientes submetidos a hemodiálise, vítimas mais comuns da bactéria. Os dados sobre a nova vacina estão em um artigo publicado na edição mais recente da revista "The New England Journal of Medicine". Apenas nos Estados Unidos, a infecção hospitalar já atingiu mais de 2 milhões de pacientes que estiveram nas grandes unidades de saúde. As taxas de mortalidade, conforme a gravidade dos casos, variam entre 10% e 25%.

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