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Dengue preocupa em todo o País

Belo Horizonte, 29 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). A dengue já está presente em 65% dos municípios brasileiros, causando preocupação nas autoridades de saúde e na população de todo o País. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o total de cidades que enfrentam o problema subiu de 640 em 1991 para 3.600 este ano.

O Brasil chegou ao estágio atual devido a uma série de fatores. Dentre eles está a falta de estrutura dos órgãos de vigilância sanitária, do sistema de limpeza pública, condições ambientais precárias e o crescimento desordenado das cidades. A situação já pode ser considerada tão complicada que o próprio diretor do Centro Nacional de Epidemiologia da Funasa, Jarbas Barbosa, admitiu que não existe solução para o problema a curto prazo.

Como 90% dos focos do mosquito estão presentes em residências, ele ressalta que somente uma mudança de comportamento da população poderia minimizar a proliferação do Aedes aegypti.

Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Amazonas e Bahia vivem a situação mais crítica. Nesses estados, o total de pessoas atingidas pela doença passou de 60 mil em 2000, para 170 mil, em 2001.

Em Brasília e em Pernambuco, a dengue também já é motivo de preocupação. No Distrito Federal, até os bairros de classe média foram atingidos , mas o problema maior está nas cidades-satélites e regiões de entorno.

Em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou, na última semana, a existência de dois casos de dengue hemorrágica. A primeira vítima foi uma garota de apenas cinco anos. O segundo caso confirmado foi o de um rapaz de 27 anos. As duas vítimas morreram em bairros da periferia do Recife, em locais com água encanada e esgoto. Esses casos, somados ao 64 de dengue clássica, obrigaram a Secretaria de Saúde a tomar uma série de medidas preventivas.

E para evitar que a situação fique ainda mais drástica no Rio de Janeiro, a Funasa e o Exército prepararam uma operação conjunta contra a dengue do tipo 3. O Comando Militar do Leste mobilizou 600 soldados, 100 caminhões e 35 quartéis na cidade do Rio para dar apoio à ação dos dois mil agentes de saúde que estão trabalhando na operação contra a dengue. A guerra contra o mosquito começa no dia 4 de fevereiro e vai durar, pelo menos, 30 dias.

As rondas começarão nas áreas mais atingidas pela epidemia e serão concentradas inicialmente na cidade do Rio e em outros seis municípios, todos da Baixada Fluminense. A operação foi batizada de Dengue 3.

A operação, entretanto, é alvo de críticas dentro da própria Secretaria Estadual de Saúde, que considera que não é possível combater o mosquito em apenas 30 dias. Zamir Martins, coordenador do programa de combate à dengue no estado, disse que essa é apenas uma operação de emergência, que está tentando cobrir um vazio.

O último balanço feito pela Secretaria Estadual do Rio, na semana passada, revela que o Rio já registrou, do início do ano até hoje, 4.688 casos de dengue, dos quais 87 foram de dengue hemorrágica.

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