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Depois do antraz, mundo teme epidemia de varíola

Belo Horizonte, 14 de Novembro de 2001 (Bibliomed). O antraz não é a única ameaça trazida com o bioterrorismo. Há alguns dias, o virologista inglês radicado no Brasil, John Woodall, alertou que o grupo que teve acesso ao antraz e decidiu espalhá-lo pode também ter acesso aos genes mortais da varíola. Woodall trabalha na rede mundial de rastreamento de novas doenças pela internet Promed e acompanha a escalada do terror biológico no mundo.

O virologista explica que os Estados Unidos já estão se preparando para obter vacinas contra a varíola em casos de emergência. O Brasil, segundo ele, também está preparado para imunizar a população contra a doença. Para Woodall, uma possível epidemia de varíola no mundo mataria principalmente os moradores do Oriente Médio, da África e da Ásia Central, que vivem na miséria e estão menos preparados para enfrentar a doença.

A vacina contra a varíola, hoje erradicada do mundo, é eficiente e pode ser usada na prevenção e no tratamento. Ela tem efeitos colaterais, sobretudo em pessoas portadoras de doenças imunodepressivas. No entanto, os benefícios superam os riscos.

O virologista afirma que a cepa de antraz usada nos Estados Unidos é muito conhecida e pode ter sido roubada ou doada pela Rússia ou Iraque. Mesmo assim, os terroristas não devem dispor de grandes quantidades de antraz, já que optaram por uma forma rudimentar de ataque. Woodall afirma que apesar do medo, o risco real de infecção não é alto.

Até mesmo o uso de aviões de pulverização ou de sprays comuns não seria eficaz para dispersar os esporos do antraz, que exigem pulverizadores específicos. Entretanto, o virologista acredita que os terroristas não possuem formas eficientes de propagar as bactérias e, por isso, optaram pelo uso das cartas.

O especialista afirma que o governo brasileiro adotou uma forma sensata de encarar o assunto e ressalta que não há razão para pânico. Se o País registrar casos de antraz, há medicamentos e formas de combater a doença. O maior problema, hoje em dia, são os trotes.

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