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BC pode esterilizar cédulas do real para reduzir contaminação

Belo Horizonte, 02 de Outubro de 2001 (Bibliomed) - O Banco Central poderá esterilizar, com uso de radiação, as cédulas do real em circulação para tentar reduzir a contaminação das notas com microorganismos.

O projeto, proposto no final do mês passado, pela Universidade Gama Filho (UGF), no Rio de Janeiro, está sendo analisado pelo chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, José dos Santos Barbosa.

A idéia surgiu depois que estudantes do curso de Medicina da UGF constataram que o dinheiro carrega vários fungos e bactérias. Eles analisaram notas de R$ 1 e de R$ 10 (de papel e de plástico) e concluíram que 74,5% estavam contaminadas pela bactéria Staphylococcus sp, causadora de várias infecções: intestinais, otite e sinusite, por exemplo. A análise mostrou ainda a presença de coliformes fecais em 4% do material estudado e outros 11% de fungos e leveduras.

O levantamento dos estudantes, publicado no "Jornal Brasileiro de Medicina", mostrou que as notas de R$ 1 são as que contêm mais micróbios, seguidas pelas cédulas de papel de R$ 10 e por último as de R$ 10 feitas de plástico.

Segundo João Carlos Tórtora, professor de Microbiologia da UGF, as cédulas de plástico absorvem menos bactérias porque possuem a superfície mais lisa. O problema é que essas notas são 70% mais caras do que as de papel e ainda não têm durabilidade comprovada. O professor alerta que a esterilização pode reduzir muito as chances de o dinheiro contaminar as pessoas.

Uma alternativa para aumentar a durabilidade das cédulas, que também poderia reduzir a contaminação, já está sendo testada pelo BC. Em caráter experimental, a Casa da Moeda está aplicando verniz em 2,5 mil notas de papel.

A cobertura das notas poderia, em tese, elevar a resistência ao tempo e ao manuseio. O Banco Central avalia ainda a substituição das notas de R$ 1 por moedas, o que também poderia ter efeito positivo em barrar a disseminação de micróbios.

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