Notícias de saúde

Estatina Pode Reduzir Risco de Diabete e Derrame

24 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Uma droga usada para diminuir os níveis de colesterol também pode reduzir o risco de desenvolver diabete do tipo 2 e derrame, afirmaram pesquisadores.

A pravastatina, um membro de uma família de drogas conhecida como estatinas, diminuiu o risco de diabete em 30 por cento e o risco de derrame em mais de 20 por cento, de acordo com dois estudos publicados na edição de 23 de janeiro de Circulation, uma publicação da American Heart Association (Associação Americana do Coração).

Não se sabe se todas as estatinas têm um efeito similar, destacaram os pesquisadores dos dois estudos. E mais pesquisas são necessárias para confirmar o efeito da pravastatina no risco de diabete, disse Allan Gaw, principal autor do estudo da diabete, em entrevista.

"A diabete é um importante problema de saúde e enquanto grandes avanços foram feitos no cuidado e controle de pacientes com diabete há relativamente pouca coisa que podemos fazer, do ponto de vista médico, para prevenir o desenvolvimento da diabete", disse Gaw, da Universidade de Glasgow, na Escócia.

Gaw e sua equipe analisaram dados de um estudo com cerca de 6.000 pessoas com colesterol alto entre 45 e 64 anos. Eles descobriram que pessoas que tomaram pravastatina apresentavam níveis de açúcar no sangue mais baixos, uma medida usada para diagnosticar a diabete.

Os resultados são promissores, mas os cientistas destacaram que menos de 3 por cento das pessoas desenvolveram diabete durante o estudo, de modo que outros ensaios precisam confirmar os resultados e esclarecer o mecanismo da droga.

As estatinas diminuem os níveis de colesterol bloqueando um enzima do fígado que permite que o organismo produza colesterol. Mas o mecanismo por meio do qual as drogas influenciam o risco de diabete de uma pessoa não é claro.

Gaw sugere que o efeito antiinflamatório da pravastatina, sua capacidade de diminuir os níveis de substâncias gordurosas, chamadas triglicérides, no sangue e sua capacidade de ajudar a abrir os vasos sanguíneos -- todos diminuindo o risco de doenças cardíacas -- também podem desempenhar papéis importantes na prevenção da diabete.

Steven M. Haffner, do Centro de Ciência de Saúde da Universidade do Texas, em San Antonio, afirmou que, caso forem confirmados, os resultados sugerem que drogas como as estatinas, que diminuem a inflamação, podem reduzir a progressão da diabete do tipo 2. Cerca de 20 a 30 por cento das pessoas que desenvolvem diabete apresentam sintomas de doenças cardíacas antes, disse Haffner à.

Marian Parrott, vice-presidente de assuntos clínicos da American Diabetes Association (Associação Americana de Diabete), disse à Reuters Health que as descobertas são "realmente fascinantes, pois eram inesperadas".

Parrott destacou que "é cedo para começar a usar as estatinas para prevenir a diabete", mas a pesquisa é "muito promissora" e deve incentivar outras pesquisas analisando o efeito da droga em pessoas sob alto risco da doença.

Um segundo estudo com cerca de 20.000 pacientes, conduzido por Robert P. Byington, da Universidade Wake Forest, em Winston-Salem, na Carolina do Norte, e sua equipe, confirmou pesquisas anteriores de que a pravastatina diminui o risco de derrame.

O estudo descobriu que a droga reduziu o risco de derrame em 22 por cento em pessoas que já haviam sofrido um enfarte ou tinham dor no peito grave e em 11 por cento em pacientes com colesterol ato.

Mesmo pessoas tomando aspirina para combater a formação de coágulos apresentaram uma redução do risco adicional da pravastatina, acrescentaram os cientistas.

As estatinas, drogas para diminuir os níveis de colesterol, também podem atuar reduzindo a inflamação, mas elas apresentam riscos. Estudos vêm relacionando esses medicamentos a riscos maiores de hepatite, icterícia, problemas gastrintestinais e anemia.

Os médicos recomendam que os pacientes tomando estatinas realizem testes periódicos para monitorar sua função hepática.

Copyright © 2001 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários