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Cientistas Têm Nova Pista Para Combater Melanoma

12 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Cientistas norte-americanos anunciaram quarta-feira que encontraram uma nova pista para melhorar o diagnóstico e o tratamento do melanoma, a forma de câncer de pele mais mortal.

O melanoma é um dos tipos de câncer mais agressivos porque não responde às drogas usadas na quimioterapia e se espalha rapidamente para outras partes do corpo.

Pesquisadores do Laboratório Cold Spring Harbor de Nova York, do Centro de Câncer do Memorial Sloan-Kettering e da Johns Hopkins University, em Maryland, descobriram por que o melanoma é tão resistente às drogas de combate ao câncer.

A reposta está em um gene chamado Apaf-1 que leva as células cancerosas à autodestruição num processo conhecido como apoptose.

Nos melanomas, esse gene é desligado e as células cancerosas, em vez de se destruírem, se reproduzem e causam tumores.

"Verificamos que o Apaf-1 está inativo em grande parte dos melanomas metastáticos (câncer que se espalha para outras partes do corpo) e essa pode ser uma das explicações para a resistência desse tumor à quimioterapia", disse à Reuters Maria Soengas, microbiológa do Laboratório Cold Spring Harbor.

Até agora, a resistência dos melanomas aos quimioterápicos era um mistério. O melanoma confundiu os cientistas porque, deferentemente de vários outros tipos de câncer de rápida dispersão, não está associado a um defeito no gene p53, fundamental para a apoptose.

Nos melanomas, o p53, um gene supressor de tumores, é normal, mas permite que as células cancerosas sobrevivem.

Os pesquisadores verificaram, inesperadamente, que o Apaf-1 estava inativo em 42 por cento dos tumores de câncer de pele humanos estudados. A pesquisa foi publicada na última edição da revista científica Nature.

Quando os cientistas restauraram a função do Apaf-1, os tumores se tornaram mais sensíveis às drogas contra o câncer. "Podemos tentar encontrar drogas ou proteínas que funcionem como o Apaf-1", disse Soengas.

O melanoma maligno é a causa de morte mais comum na faixa dos 25 a 29 anos. É um dos tipos de câncer que mais cresce em todo o mundo, principalmente em países quentes e ensolarados.

A exposição excessiva aos raios ultravioleta do sol é o principal fator de risco. Um em cada 75 norte-americanos e um entre 25 ou 30 australianos vão desenvolver a doença, segundo Soengas.

Geralmente, o câncer começa com uma pequena lesão marrom ou preta na pele, sendo confundido com frequência com um sinal. Se for detectada cedo, a doença pode ser curada.

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