Notícias de saúde
25 de setembro de 2025 (Bibliomed). Um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) relacionou mais de 124.000 mortes prematuras evitáveis nos Estados Unidos ao longo de dois anos a efeitos adversos à saúde causados pelo consumo de alimentos ultraprocessados. Os pesquisadores também analisaram dados sobre o consumo de alimentos ultraprocessados de outros sete países, concluindo que mortes prematuras relacionadas a dietas pouco saudáveis são um fenômeno global crescente que exige uma ação internacional coordenada.
Além das quase 125.000 mortes prematuras nos EUA em 2017 e 2018, o estudo também estimou que mais de 25.000 brasileiros morreram prematuramente durante esses anos devido a problemas de saúde relacionados a alimentos ultraprocessados. O modelo estatístico dos pesquisadores também mostrou mais de 17.000 mortes desse tipo na Grã-Bretanha durante 2018 e 2019 e outras 17.000 no México durante um único ano, 2016.
Da mesma forma, os autores estimaram que o Canadá teve mais de 7.700 mortes prematuras atribuídas a alimentos ultraprocessados em 2016, enquanto a Austrália registrou 3.277 em 2016, a Colômbia teve 2.813 em 2015 e o Chile contabilizou 1.874 em 2010.
Para calcular esses números, os autores do estudo desenvolveram uma avaliação de risco comparativa observando a participação alimentar de AUPs e a mortalidade por todas as causas em cada país. Eles então empregaram um modelo estatístico para estimar a porcentagem de todas as mortes prematuras evitáveis devido ao consumo de AUPs, aproveitando estudos de muitos países e o histórico relatório Global Burden of Disease de 2021.
Eles determinaram que a porcentagem de mortes prematuras atribuíveis a AUP varia de 4% em países com menor consumo de UPF a quase 14% em países com maior consumo de AUP, como Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Alimentos ultraprocessados, ou AUPs, geralmente são definidos como aqueles que incluem ingredientes produzidos em massa que não podem ser feitos em casa, como conservantes, emulsificantes e adoçantes. Eles geralmente contêm gorduras, amidos, açúcares, sais e óleos hidrogenados adicionados, extraídos de outros alimentos. O alto consumo desses alimentos tem sido associado a diversas doenças, incluindo doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, alguns tipos de câncer e depressão.
Fonte: American Journal of Preventative Medicine. DOI: 10.1016/j.amepre.2025.02.018.
Copyright © 2025 Bibliomed, Inc.
Veja também