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23 de junho de 2025 (Bibliomed). Um estudo realizado com mais de 86 mil atendimentos de emergência na Califórnia revelou que a exposição à poluição do ar causada por incêndios florestais - especificamente pelas partículas finas PM2.5 - está associada a um aumento significativo nas visitas ao pronto-socorro por problemas de saúde mental.
A pesquisa analisou dados entre julho e dezembro de 2020, período marcado por uma das mais severas temporadas de incêndios no estado. Segundo os autores, a elevação de 10 µg/m³ na concentração dessas partículas esteve relacionada a mais atendimentos por ansiedade, depressão, uso de substâncias psicoativas e transtornos do humor.
Os efeitos foram mais evidentes entre mulheres, jovens e pessoas negras ou hispânicas. Por exemplo, o risco de atendimento por transtornos do humor aumentou em 46% entre os jovens, e as visitas por depressão cresceram 30% entre pessoas hispânicas. Mulheres apresentaram maior risco de buscar atendimento por depressão e transtornos de humor após dias com alta poluição devido à fumaça.
Os pesquisadores destacam que a exposição à fumaça dos incêndios pode ter impactos mais profundos do que os respiratórios, afetando diretamente o bem-estar mental da população. Diante disso, autoridades de saúde pública e sistemas de atendimento de emergência devem se preparar para um aumento na demanda por cuidados de saúde mental durante eventos climáticos extremos, como os incêndios florestais.
O estudo reforça a importância de políticas ambientais e de saúde mental integradas, especialmente em regiões propensas a desastres naturais.
Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2025.3326.
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