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26 de junho de 2025 (Bibliomed). Um novo estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que o consumo de oito ou mais doses de bebida alcoólica por semana pode estar associado a lesões cerebrais relacionadas a problemas de memória e raciocínio. A pesquisa analisou o cérebro de 1.781 pessoas com média de idade de 75 anos ao falecer e identificou que o hábito de beber excessivamente estava ligado a maior risco de desenvolver uma condição chamada hialinose arteriolar, que afeta os pequenos vasos sanguíneos do cérebro.
Essa condição torna os vasos mais espessos e rígidos, dificultando o fluxo sanguíneo e provocando danos cerebrais com o tempo. Os pesquisadores também encontraram uma maior presença de "emaranhados de tau", estruturas associadas ao Alzheimer, entre os indivíduos que foram consumidores pesados ou ex-consumidores.
Comparado aos que nunca beberam, os bebedores pesados tiveram 133% mais chance de apresentar lesões vasculares cerebrais. Já os ex-bebedores apresentaram 89% mais risco, enquanto os bebedores moderados, 60%. Além disso, ex-bebedores também tiveram menor proporção de massa cerebral em relação ao corpo e pior desempenho cognitivo. Outro dado alarmante é que os consumidores pesados morreram, em média, 13 anos mais cedo do que os abstêmios.
Embora o estudo não tenha acompanhado os participantes em vida, nem medido o tempo de exposição ao álcool, seus autores reforçam que os resultados trazem um alerta importante para a saúde pública. Eles destacam a necessidade de ampliar campanhas de conscientização sobre os danos neurológicos causados pelo consumo exagerado de álcool.
Fonte: Neurology. DOI: 10.1212/WNL.0000000000213555.
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