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20 de junho de 2025 (Bibliomed). Um estudo da Universidade de Manchester, nos Estados Unidos, está mudando a forma como entendemos os efeitos do jejum sobre o sistema imunológico. A pesquisa, feita em camundongos, revelou que o cérebro, e não apenas a ausência de alimentos, desempenha papel fundamental na resposta imune durante o jejum.
Os cientistas descobriram que o hipotálamo, uma região do cérebro que regula a fome, controla como o sistema imunológico se adapta ao jejum. Ao ativar artificialmente neurônios específicos que simulam a sensação de fome, os pesquisadores observaram uma rápida reorganização das células imunológicas no sangue, semelhante à observada em animais realmente em jejum. Um dos principais achados foi a redução de monócitos inflamatórios - células associadas a respostas imunes exacerbadas.
Esse efeito ocorreu sem que os animais deixassem de se alimentar de fato, indicando que a percepção cerebral de fome é suficiente para provocar alterações importantes na imunidade.
Essas descobertas podem abrir novos caminhos para tratar doenças inflamatórias crônicas, condições de emagrecimento associadas ao câncer (mesmo quando o paciente se alimenta normalmente) e ajudar a entender por que obesidade e desnutrição afetam tanto o sistema imune.
O estudo também reforça a conexão profunda entre mente e corpo, mostrando que o cérebro pode "reprogramar" o sistema imune apenas com sinais internos, sem necessidade de mudanças físicas reais, como a falta de calorias. Isso destaca a importância de explorar o cérebro como alvo terapêutico em condições inflamatórias e metabólicas.
Fonte: Science Immunology. DOI: 10.1126/sciimmunol.adr3226.
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