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Brasil: Diagnóstico Tardio de Endometriose Pode Causar Complicações

São Paulo, 26 de Dezembro de 2000(eHLA). Cólicas fortes, que não dão descanso durante o período menstrual, podem significar um problema mais grave: a endometriose. De 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva sofrem com o problema, conhecido como "a doença da mulher moderna" por estar relacionado com estresse, baixa no sistema imunológico e ciclos menstruais mais freqüentes. Segundo o médico Carlos Alberto Petta, do Centro de Reprodução Humana de Campinas o distúrbio consiste no crescimento do endométrio, tecido que reveste o interior do corpo do útero, para fora da cavidade uterina.

A endometriose ocorre, com maior freqüência, nos ovários, peritônio (tecido que reveste a cavidade abdominal), intestinos e bexiga. “O endométrio é preparado mensalmente para receber o óvulo, caso ocorra a fecundação. Se isso não acontece, o tecido endometrial descama e é eliminado pela menstruação. Às vezes, não é eliminado completamente e partes do endométrio alcançam as cavidades pélvica e abdominal, formando focos sujeito a processos inflamatórios e dolorosos”, explica o especialista.

Estudos realizados nos Estados Unidos e Europa concluíram que o tempo médio entre a origem do problema e o diagnóstico é de oito anos, tanto por negligência das pacientes quanto pelo desconhecimento dos médicos. Esse período deve se repetir no Brasil, de acordo com os primeiros dados de um estudo com 400 mulheres paulistas que está sendo realizado pela Universidade Estadual de Campinas.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da laparoscopia, pequena incisão externa que permite ao médico visualizar os pontos afetados e realizar a intervenção necessária. "Desde os anos 80, constatou-se que a endometriose tem ligação com deficiências nas células imunológicas e quando as defesas do organismo estão em níveis baixos devido ao stress ou à má alimentação, pode haver mais facilidade para a formação dos focos inflamatórios", completa o médico.

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