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Novo exame promete diagnosticar endometriose a partir do sangue menstrual

23 de novembro de 2022 (Bibliomed). As mulheres podem sofrer por anos com a dor debilitante e complicações médicas da endometriose sem um diagnóstico. Agora, os pesquisadores acreditam que podem diagnosticar a condição usando apenas o sangue menstrual, que tem características distintas em pacientes com endometriose.

Na endometriose, o tecido uterino cresce fora do útero e forma lesões. Isso pode causar dor crônica e debilitante e infertilidade. Cerca de 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva são afetadas pela doença, mas atualmente não existem ferramentas de diagnóstico não cirúrgicas, portanto, pode levar de sete a 10 anos para obter um diagnóstico. A cirurgia laparoscópica invasiva tem sido a única forma definitiva de diagnóstico da endometriose.

Pesquisadores do Feinstein Institutes for Medical Research, nos Estados Unidos, estudam a composição genética e celular do sangue menstrual desde 2016 com o objetivo de diagnosticar a endometriose com mais facilidade. Os pesquisadores analisaram as diferenças genéticas e celulares no sangue menstrual de pacientes saudáveis em comparação com aquelas com endometriose, para encontrar biomarcadores comuns que eles esperavam levar a novas abordagens de diagnóstico e tratamentos potenciais.

O estudo detalha o primeiro uso de sequenciamento de RNA de célula única para comparar tecidos endometriais em sangue menstrual recém-coletado de 33 participantes. Descobriu-se que as características do tecido endometrial derramado no sangue menstrual são distintas em pacientes com endometriose em comparação com pessoas saudáveis.

Os pesquisadores identificaram um subgrupo único de células uterinas natural killer (uNK) em proliferação em tecidos das mulheres do grupo controle que está quase em falta naquelas com endometriose, juntamente com uma redução significativa do total de células uNK nos casos de endometriose. Além disso, um subconjunto de células estromais endometriais decidualizadas IGFBP1+ são abundantes no endométrio disperso de controles quando comparados aos casos. Já as células do estroma endometrial dos casos são ricas em células que expressam fenótipos pró-inflamatórios e de envelhecimento.

Os autores acreditam que esses resultados poderão fornecer uma ferramenta de triagem eficaz para identificar endometriose em pacientes com sintomas crônicos sugestivos dessa doença, levando a um diagnóstico precoce, o que melhora as chances de tratamento e melhora na qualidade de vida.

Fonte: BMC Medicine. DOI: 10.1186/s12916-022-02500-3.

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