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21 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). Em busca de um diagnóstico precoce para a doença de Alzheimer – mal responsável por cerca de 60% dos casos de demência no mundo, atingindo principalmente idosos –, a farmacêutica Heluih Ata Abdallah pesquisou os fatores de risco genéticos que poderiam facilitar o aparecimento da doença.
A autora da dissertação “Estudo de fatores genéticos associados à doença de Alzheimer de início tardio”, apresentada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP), ressalta que quanto mais cedo a doença for identificada, melhor será a qualidade de vida do portador. O diagnóstico mais eficiente que existe hoje, o histopatológico, não é capaz de ajudar o paciente, já que é feito na autópsia.
A pesquisadora observou 650 moradores de um asilo na cidade de São Paulo. Do total, 28 eram portadores da doença, todos em sua manifestação tardia (após os 65 anos). Foi feita uma análise das alterações no gene da proteína relacionada ao receptor da lipoproteína de baixa densidade (LRP) e no gene da presenilina-1. Em nenhum dos casos se verificou associações ao Alzheimer, o que significa que “na população brasileira, caucasiana e idosa, a alteração desses genes não têm influência sobre a manifestação da doença”, explicou. Em outros lugares do mundo os mesmos genes foram considerados influentes. Diante desses resultados, a cientista ressaltou a importância de se fazer um estudo em cada universo específico.Pesquisa inédita busca identificação precoce de paciente com Alzheimer
Inédito no Brasil, o trabalho faz parte das pesquisas do Laboratório de Biologia Molecular Aplicado ao Diagnóstico da FCF/USP, em convênio com um grupo da Santa Casa.
Observando a mesma população, os pesquisadores já encontraram outros fatores de riscos genéticos que podem causar Alzheimer tardio: o alelo E4 do gene apolipoproteína E e o gene interleucina 6. Heluih ressalta a necessidade de continuar na busca genética, pois ainda há muitos genes para serem pesquisados.
Entre os fatores não-genéticos (ambientais) que podem influenciar na manifestação da doença estão o tabagismo, hipotiroidismo, idade, depressão, trauma craniano, hereditariedade em Alzheimer, Parkinson e Síndrome de Down e pertencer ao gênero feminino. O Alzheimer se caracteriza por deficiências crescentes nas funções cognitivas (fala e gestos) e perda de memória. “Ainda se sabe muito pouco sobre a doença de Alzheimer. O estudo é importante porque as pessoas estão vivendo cada vez mais e as doenças de idosos serão mais freqüentes”, alertou.
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