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13 de maio de 2025 (Bibliomed). Cientistas do instituto Scripps Research identificaram um fenômeno intrigante em algumas vacinas experimentais contra o HIV: após algumas doses, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos que atacam outros anticorpos, em vez de se concentrar diretamente no vírus. Essa descoberta, publicada na Science Immunology, pode levar a avanços na criação de vacinas mais eficazes.
Os pesquisadores usaram uma técnica inovadora chamada Mapeamento de Epítopos Policlonais por Microscopia Eletrônica (EMPEM) para analisar como os anticorpos evoluem após múltiplas doses de uma vacina. Durante os experimentos, descobriram que alguns anticorpos se ligavam não ao antígeno do vírus, mas a moléculas imunológicas presentes em sua superfície.
Embora o impacto desse fenômeno ainda não seja completamente compreendido, os especialistas acreditam que ele pode tanto prejudicar a eficácia da vacina quanto estimular uma resposta imune mais ampla contra o HIV. "Esses anticorpos podem formar complexos maiores que, de alguma forma, ativam mais o sistema imunológico. Mas precisamos de mais estudos para entender esse processo", explicou um dos pesquisadores.
Se os anticorpos "contra anticorpos" forem considerados indesejados, a descoberta pode orientar o desenvolvimento de vacinas que evitem essa reação. Isso pode incluir mudanças nos cronogramas de vacinação, como a aplicação de doses de reforço com pequenas variações, para prevenir a formação desses complexos.
A pesquisa abre caminho para melhorias não apenas nas vacinas contra o HIV, mas também em outras imunizações.
Fonte: Science Immunology. DOI: 10.1126/sciimmunol.adp5218.
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