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Estudo descobre circuito cerebral ligado à rejeição sexual no sexo feminino de mamíferos

14 de fevereiro de 2025 (Bibliomed). Pesquisadores da Fundação Champalimaud identificaram um circuito cerebral fundamental para a rejeição sexual nas fêmeas, revelando como o cérebro alterna entre comportamentos de aceitação e rejeição durante o ciclo reprodutivo. O estudo, publicado na revista Neuron, focou na região anterior do hipotálamo ventromedial (VMH), responsável pelo controle de comportamentos sociais e sexuais.

As fêmeas de mamíferos, como os roedores, aceitam parceiros apenas na fase fértil e rejeitam ativamente fora desse período. A pesquisa mostrou que neurônios sensíveis ao hormônio progesterona desempenham papel crucial nesse comportamento. Quando fora do período fértil, esses neurônios recebem mais estímulos excitatórios, ativando comportamentos defensivos, como chutar e afastar o macho. Durante a fertilidade, os estímulos inibitórios dominam, reduzindo essas reações.

Usando técnicas avançadas, como fotometria de fibras e optogenética, os cientistas observaram que, ao ativar artificialmente esses neurônios em fêmeas férteis, elas demonstravam comportamentos de rejeição, como se estivessem fora do período fértil. Por outro lado, ao desativar esses neurônios em fêmeas não receptivas, as reações defensivas diminuíam, mas elas não se tornavam completamente receptivas.

Os resultados indicam que o cérebro utiliza dois sistemas distintos, um para rejeição e outro para receptividade, proporcionando flexibilidade e eficiência no controle do comportamento sexual. Essa descoberta pode ter implicações para compreender condições humanas, como a síndrome dos ovários policísticos, e reforça a relevância clínica do VMH.

Fonte: Neuron. DOI: 10.1016/j.neuron.2024.10.026.

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