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Medicina Chinesa Tradicional Ameaça Fauna e Flora

Por David Morgan

SHEPHERDSTOWN, EUA (Reuters)
- Ela remonta há milhares de anos e tem o poder de curar nossos males, mas seus efeitos sobre a fauna e flora assustam os ambientalistas.

A medicina chinesa tradicional, ou MCT, antigamente utilizada apenas por chineses e hippies ocidentais, transformou-se numa indústria internacional de bilhões de dólares e oferece curas que atraem pesquisas de empresas farmacêuticas modernas.

Mas ambientalistas alertam para o fato de que essa arte da cura, cujas origens remontam ao terceiro milênio a.C., está colocando em perigo um número cada vez maior de animais e plantas que fornecem os ingredientes usados em seus tratamentos.

Os primeiros alertas foram lançados há mais de 20 anos, envolvendo a caça ilegal de rinocerontes africanos e asiáticos, cujos chifres são usados na MTC para combater a febre e o delírio.

Segundo Susan Lieberman, que integra o comitê de assessoria científica da Convenção da ONU sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), "anos atrás, a MCT eram apenas uma coisa mais ou menos alternativa. Hoje é responsável por quase metade das novas espécies ameaçadas que pesquisamos".

A CITES, um tratado assinado por 152 países, rege o comércio de mais de 30 mil espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção.

Na reunião que promoveu na Virgínia Ocidental na semana passada, a CITES reviu as informações sobre o comércio e conservação de espécies atingidas pela MCT, desde cavalos marinhos e tartarugas de água doce até ursos negros asiáticos e najas indianas.

O comitê de Lieberman concluiu que a demanda cada vez maior de almíscar retirado de veados almiscareiros da Rússia e China pode ser insustentável devido à destruição do habitat natural dos animais e sua caça excessiva. Os grãos de almíscar são usados na MCT para tratar doenças cardíacas e outras, e 90 por cento do comércio de almíscar está ligado à medicina chinesa.

Sinopse preparada por Reuters Health

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