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Mudança climática pode multiplicar epidemias nos próximos anos

25 de Junho de 2002 (Bibliomed). O aquecimento do clima terrestre pode favorecer a ocorrência de doenças epidêmicas nos próximos anos. O problema não está restrito apenas aos animais e plantas, mas também deve atingir o homem. O alerta foi feito por pesquisadores do Centro Nacional de Análise Ecológica dos Estados Unidos, que pesquisaram o assunto nos últimos anos. Os cientistas acompanharam as doenças que atingem a fauna e a flora, observando a influência da mudança de temperatura sobre vírus, bactérias, fungos e parasitas – causadores das patologias –, e também sobre os vetores – mosquitos e roedores – e hospedeiros – como pássaros e seres humanos, por exemplo.

A pesquisa mostrou que o aumento das temperaturas beneficia a proliferação e a ampliação da área de atuação dos causadores de doenças diversas. O inverno, estação que desempenhava papel de limitador natural da reprodução das populações de germes, tem sido cada vez menos rigoroso. O verão, por sua vez, tem sido mais longo e quente, aumentando o período de duração da transmissão de doenças. Os cientistas têm exemplos variados para explicar a teoria. No Havaí, as baixas temperaturas existentes a 700 metros de altitude protegiam os pássaros akepas da ação de mosquitos.

Com o aquecimento terrestre, no entanto, os mosquitos ampliaram seu raio de atuação, chegando até o habitat dos akepas e transmitindo a eles a malária avícola. O resultado da mudança climática, nesse caso, foi a morte de inúmeros pássaros, reduzindo significativamente a população das aves. Na África Oriental, o aumento da umidade causado pelo El Niño favoreceu a ocorrência, em 1998, de uma epidemia da febre do vale do Rift. A doença causou a morte do gado e também da população local.

Todos os resultados do estudo e as conclusões dos pesquisadores norte-americanos estão na última edição da revista Science, publicada na semana passada.

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