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27 de novembro de 2024 (Bibliomed). Um estudo inovador descobriu que a proteína de coagulação sanguínea fibrina desempenha um papel crucial nos coágulos anormais e na inflamação vistos em pacientes com Covid-19, além de suprimir a capacidade do corpo de eliminar o vírus. Publicado na revista Nature pelo Gladstone Institutes, o estudo sugere que os coágulos sanguíneos são um efeito primário da doença, desencadeando inflamações tóxicas, comprometimento na eliminação do vírus e sintomas neurológicos em pacientes com Covid-19 e Covid longa.
Os pesquisadores observaram que a fibrina se torna ainda mais tóxica ao se ligar tanto ao vírus quanto às células imunológicas, formando coágulos que causam inflamação e perda de neurônios. Em experimentos com camundongos, a terapia com anticorpos que neutraliza a toxicidade da fibrina mostrou proteger o cérebro e o corpo após a infecção por Covid-19, reduzindo inflamações severas e melhorando as taxas de sobrevivência.
Essa pesquisa desafia a teoria prevalente de que a coagulação sanguínea é apenas uma consequência da inflamação. Em vez disso, indica que a fibrina desempenha um papel principal na doença, desencadeando uma cascata de efeitos prejudiciais. Além disso, descobriu-se que a fibrina suprime as células assassinas naturais (NK), responsáveis por eliminar o vírus do corpo. Quando a fibrina foi eliminada, as células NK conseguiram eliminar o vírus com sucesso.
Essas descobertas abrem caminho para novas terapias que possam neutralizar os efeitos negativos da fibrina, oferecendo uma estratégia promissora para tratar os sintomas graves da Covid-19 e da Covid longa. Ensaios clínicos já estão em andamento para testar a segurança de um anticorpo que visa a fibrina, com o potencial de ser uma solução para os desafios de saúde de longo prazo causados pela pandemia.
Fonte: Nature. DOI: 10.1038/s41586-024-07873-4.
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